David Fonseca vai festejar 20 anos de carreira com dois concertos, no Coliseu dos Recreios (14 de novembro), em Lisboa, e no Coliseu do Porto (16 de novembro). Em conversa com o SAPO Mag, o músico promete duas noites especiais: "Esta comemoração é completamente diferente do que costuma ser um concerto normal porque vai percorrer muitos momentos da minha carreira. Terei convidados que não costumo ter - é muito raro ter convidados nos meus concertos. E porque é uma das celebrações que acontecem muitas poucas vezes na vida. Por norma, os concertos estão mais ligados aos últimos discos e estes concertos vão estar muito mais ligados a uma carreira, a um número sem fim de canções que foram fazendo parte da minha vida musical e das pessoas, provavelmente".

"Não podem perder porque é sempre interessante estar perto da música portuguesa. Digo isto sobre o meu projeto e sobre todos aqueles projetos que saem de casa para tocar ao vivo. É sempre uma coisa positiva sempre que as pessoas se aproximam dos projetos que estão no seu país, na sua casa", acrescenta.

Para David Fonseca, é um desafio preparar uma festa para celebrar a carreira. "É muito difícil preparar um concerto para celebrar os 20 anos de carreira porque o espetáculo, obviamente, é um só e 20 anos para um espetáculo apenas é muita coisa. É muita informação. Mas é essencialmente uma festa, que, tal como todos os aniversários devem ser, se espera que seja grande, com muitas canções deste 20 anos e que possa ter muitas surpresas. Ter muitos convidados, como vai ter. E outras coisas que vão acontecer e que só quem lá estiver vai saber", contou ao SAPO Mag.

Camané e Manuela Azevedo, que com David Fonseca preconizaram o projecto Humanos, Rita Redshoes que fez parte da sua banda e do tema “Hold Still”, e a espanhola Alice Wonder, a parceira em “Resist”, serão alguns dos convidados dos concertos. "Escolhi estes convidados pela razão óbvia. No meu ponto de vista, eles fizeram comigo parte de uma das bandas mais interessantes dos últimos anos, que foram os Humanos", conta. "Haverão mais convidados, mas não posso dizer quais são", acrescenta.

David Fonseca

Já sobre o início da sua carreira, o músico lembra que nos primeiros tempos não tinha muita esperança sobre o sucesso da banda, os Silence 4. "Na realidade, achava que a nossa carreira ia durar três meses. Mesmo quando comecei a fazer música a solo, não tinha qualquer expectativa em fazer isto durante muito tempo", confessa o cantor, acrescentando que pensava que "as pessoas não iam estar sempre interessadas" no seu trabalho. "Mas enganei-me redondamente. O que aprendi com o tempo é que quanto mais eu fosse eu próprio, quanto mais eu arriscasse no que queria fazer, mais as pessoas sentiam se sentiam ligadas ao projeto", conta.

"Ainda aqui estou ao fim deste anos todos. Não sei muito bem como, mas ainda aqui estou", brinca.

E se começasse hoje a carreira, como seria? "Se começasse hoje a minha carreira, acho que seria muito mais difícil. Para já porque... quando eu comecei, aquilo que fazia, o que os Silence 4 faziam, não era uma coisa muito habitual. Hoje é muito fácil encontrar muitas coisas semelhantes porque o mercado está aberto a todos. Neste ponto de vista, tornou-se mais democrático e ainda bem. Uma banda para furar, vá, as propostas musicais do momento... na altura, havia uma maneira ou duas de o conseguir. Uma das formas era estar associado a uma editora e teres alguém que sustentasse a gravação do disco. Há 20 anos, gravar um disco não era uma coisa simples, não era como hoje que é possível gravar em casa. Na altura, era mais complexo", relembra David Fonseca em conversa com o SAPO Mag.

"Hoje seria mais fácil gravar, mas seria mais difícil entrar nesse mercado. A concorrência é gigantesca. Na altura, não havia assim tanta concorrência. Ou seja, não existiam tantas bandas a fazer música nesse patamar, nesse sítio que a gente estava a fazer. E, então, acho que triunfamos muito pela diferença do projeto", acrescenta.

Nascido em Leiria em 1973, David Fonseca deu-se a conhecer na música através dos Silence 4, que se estrearam em 1998 com o álbum "Silence becomes it".

A carreira a solo lançou-se em 2003 com o álbum "Sing me something new", seguindo-se outros cinco discos de originais, um álbum ao vivo e várias edições de canções de Natal, para fãs.

David Fonseca tem dispersado o trabalho criativo com outros autores, ao integrar o coletivo Humanos, ao compor para Sérgio Godinho e ao participar num espetáculo de tributo a Leonard Cohen.

Em 2012, editou o livro de fotografia "Right here, right now".

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