Por isso mesmo, recorrendo à vertente musical (e ao vivo), voltámos a dirigir-nos ao Campo Pequeno, em Lisboa, para mais uma sessão de Disney in Concert.

A Lisbon Film Orchestra, sob direcção do maestro Nuno de Sá, voltou a juntar miúdos e graúdos no Campo Pequeno, na passada quarta e quinta-feira, para mais um espetáculo onde os mais famosos temas dos filmes Disney são recordados ao vivo.

Sem conseguir resistir à tentação, famílias inteiras juntaram-se no recinto, esgotando a sala nesta noite mágica que se avizinhava, fazendo-nos arrepiar logo ao começar.

Com uma orquestra de 55 músicos, para além do nosso maestro, a noite começou com um medley de alguns dos mais icónicos temas dos clássicos da Disney, como "Peter Pan", "Mary Poppins", "Alice no País das Maravilhas" ou "Cinderela".

"Vamos voltar a ser crianças e vamos mostrar às nossas crianças como o nosso olhar também pode ser inocente", foram algumas das palavras do maestro, Nuno de Sá, antes de dar continuação ao espetáculo com o primeiro segmento a ser dedicado à princesa de barbatanas, a sempre jovial e rebelde Ariel.

"Fora do Mar", "Aqui no Mar" e "Pobre Alma Tão Só" foram as faixas interpretadas para o delírio do público, com direito a um agradecimento em forma de Dab por parte de um dos intérpretes.

Após uma breve passagem pelo mundo de "Pocahontas", com a icónica "Cores do Vento", segue-se para uma outra princesa, aquela que compartilha o castelo com um monstro e mobília falante. Começando com "Bela" e prosseguindo com "P'ra Jantar", na qual os decibéis aumentaram ao acompanhar o ritmo alucinante, o segmento terminou com a arrepiante "A Bela e o Monstro" e um prolongado suspiro de emoção do público que se sentia preso à nostalgia.

Disney in concert

A primeira parte doconcerto destacou o filme de "O Livro da Selva", onde os mais novos se entusiasmavam com os ritmos festivos de clássicos como "Somente o Necessário", terminando com os imprescindíveis temas de Mary Poppins, onde "Supercalifragilisticexpialidocious" nunca é velho demais, nem mesmo para os mais novos, seguindo-se um breve intervalo.

Já na segunda parte, os arrepios voltaram a fazer parte do nosso corpo com "O Corcunda de Notre Dame" a ser o primeiro destacado desta parte final do espetáculo, com "Os Sons de Notre Dame" e "Lá Fora" a deixarem-nos com os olhos brilhantes com toda a carga emocional que transmitem.

Embora "Frozen" tenha sido um dos filmes destacados nos cartazes, o público apenas teve direito a ouvir um tema, tal como sucedera no ano passado e, sem surpresas, a eleita foi "Já Passou", onde pudemos assistir ao maior coro da noite, como seria de esperar (ou não estivéssemos a falar do filme de animação mais rentável de sempre).

Com os ânimos em alta, passávamos agora ao deserto das arábias, revivendo o mundo e a história de Aladdin e Jasmine com "Noites de Luar", "Um Amigo Assim" ou mesmo a romântica "Um Mundo Ideal", com direito a mais uns quantos suspiros de nostalgia à mistura.

Desertos à parte, esta foi a altura em que os adultos presentes se fizeram notar, aquecendo os ânimos com a chegada do instrumental de "Piratas das Caraíbas". Assobios, palmas e gritos fizeram-se ouvir por parte dos mais velhos, que pareciam querer marcar a sua posição enquanto o ritmo crescente de "The Black Pearl" ou "Will and Elizabeth" nos abraçava e aumentava a nossa excitação.

Para o fim ficou aquele que é, provavelmente, o clássico que mais marcou as mais diversas gerações de amantes da Disney, "O Rei Leão", podendo notar-se a onda de entusiasmo de todo o público com os primeiros acordes de "O Ciclo da Vida", onde os gritos e assobios foram decididamente os mais altos e constantes de toda a noite. E após toda a agitação com temas como "Eu Mal Posso Esperar Para Ser Rei", a noite terminou com um outro suspiro apaixonado com "Esta Noite o Amor Chegou".

Terminadas as interpretações dos clássicos do cinema, a noite encerrou com "It's a Small World", após os agradecimentos de Nuno de Sá ao público e a todos os músicos e quatro cantores presentes em palco.

Contudo, não podemos deixar de referir que a magia desta noite não terá sido a mesma para todos os presentes, independentemente dos gostos pessoais de cada um, uma vez que o espetáculo seguiu exatamente o mesmo alinhamento do ano passado, deixando de parte tantos outros clássicos dos filmes da Disney que tanto adoramos ("De Zero a Herói" seria uma das nossas sugestões), levando a uma quebra do efeito surpresa a espectadores repetentes. Por outro lado, e como já referido, seria de esperar que "Frozen" tivesse um destaque maior do que aquele que realmente teve, dado que faz parte da imagem ilustrativa do cartaz do espetáculo, pelo que esperamos que numa próxima possamos fazer (ouvir) bonecos de neve também.