Corto Maltese, personagem de banda desenhada inventada há 50 anos pelo autor italiano Hugo Pratt, ganha uma nova história em setembro com “Equatoria”, a publicar pela Casterman, editora com a qual a Arte de Autor está a negociar uma edição portuguesa que sairá ainda este ano.

“Equatoria” é o segundo álbum de BD que os autores espanhóis Rubén Pellejero e Juan Díaz Canales fazem com Corto Maltese, dando seguimento a uma das mais carismáticas personagens da nona arte europeia.

Hugo Pratt morreu em 1995, aos 68 anos, mas Corto Maltese foi-se mantendo vivo em sucessivas reedições, exposições e desdobramentos da imagem icónica em ‘merchandising’ como roupa, cartazes ou material de escritório.

Em 2015 aqueles dois autores espanhóis lançaram “Sob o sol da meia-noite”, recentemente editado também pela Arte de Autor, que garantiu os direitos de publicação da banda desenhada de Hugo Pratt, até aqui no catálogo da Asa.

Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, que antecipou uma das páginas de “Equatoria”, Juan Díaz Canales afirmou que “nestes 50 anos, [Corto Maltese] tornou-se uma personagem muito importante da cultura europeia”.

“Corto Maltese era filho do maio de 68, de uma filosofia que derrubou barreiras. A sua publicação representou uma mudança de paradigma na banda desenhada, tanto pelo conteúdo como pela forma, com histórias muito maiores. Já não falo de uma rutura total, porque se inscreve numa velha tradição de BD de aventuras, mas marcou um antes e um depois”, disse o autor espanhol.

Em Portugal, estão publicados vários álbuns de Hugo Pratt como "Fábula de Veneza", "Sob o signo de capricórnio", "Os escorpiões do deserto", "As etiópicas", "As helvéticas" e "Mû".

A Arte de Autor começou a republicar, em maio, a obra de Hugo Pratt, editando "A balada do mar salgado", de 1967, a primeira história onde aparece o marinheiro solitário Corto Maltese.

Com este, a editora publicou em simultâneo “Sob o sol da meia-noite”, de Pellejero e Canales, por estarem ligados pela narrativa.

Sobre o plano editorial , a ideia da editora é publicar a preto e branco, por ordem cronológica e em tiragem limitada a mil exemplares.

A reedição da obra de Pratt prosseguirá em 2018, com outros dois títulos.