Nos destaques do relatório anual estatístico de Cultura, o INE sublinhou que "os efeitos da pandemia COVID-19 e as consequentes medidas de política para salvaguarda da saúde pública alteraram profundamente a normalidade da vida dos residentes em Portugal".

Na área dos espetáculos ao vivo, a quebra foi de 80,1% nas receitas de bilheteira face a 2019, com uma faturação total de 24,9 milhões de euros.

Os concertos de música pop rock e o teatro foram os espetáculos ao vivo "em que o impacto da pandemia foi mais acentuado", refere o instituto.

Segundo o INE, em 2020 aconteceram 14.951 sessões de espetáculos ao vivo (como música, teatro e dança), às quais assistiram 2,5 milhões de espectadores, o que representou uma quebra, respetivamente, de 59,6% e de 85,1% face a 2019.

Os dados seguem em linha com o que os promotores, associações do espetáculo e representantes de trabalhadores da Cultura disseram no final de 2020: que a pandemia e as medidas de confinamento tinham paralisado a atividade cultural e levado a quebras superiores a 70%.

De acordo com o relatório, em 2020 a população empregada no setor cultural e criativo contava com 141,2 mil pessoas, ou seja, mais 6,8% do que em 2019.

Apenas com dados preliminares, o INE indicou ainda que em 2020 havia mais de 70.400 empresas neste setor, e que as maiores quebras no volume de negócios aconteceram nas atividades de museus (68,7%), reprodução de suportes gravados (66,9%), projeção de filmes e de vídeos (60,5%), atividades das artes do espetáculo (55,8%) e atividades de apoio às artes do espetáculo (47,8%).