“Todo o Mundo é um Palco” é a proposta artística dos criadores Beatriz Batarda e Marco Martins, com a colaboração do coreógrafo Victor Hugo Pontes, que propõem um espetáculo sobre “a nova cidade de Lisboa, os seus novos habitantes, a utopia de cidade que procuram e nem sempre encontram e os mundos invisíveis que coexistem no seu espaço”, segundo a sinopse do trabalho.

Depois de seis meses de um processo de criação e formação artística na comunidade, “Todo o Mundo é um Palco” (frase de “Como queiram”, de William Shakespeare) chega ao Teatro da Trindade no dia 17 de novembro, levando um grupo de intérpretes que vão executar uma coreografia ao som de “Imagining My Man”, de Aldous Harding.

Em cena vão estar 20 habitantes da cidade de Lisboa (intérpretes profissionais e não-profissionais) de nove nacionalidades distintas, segundo a organização.

O espetáculo baseia-se na comédia de William Shakespeare “As You Like It” (“Como Queiram”, em português), com temas como o desejo de fuga, de liberdade, de amor e de reconhecimento da sua própria identidade.

Estes lisboetas de diversas origens, atores e não-atores, celebram, assim, no palco centenário do Trindade, “o Teatro e a Vida”.

“O espetáculo propõe uma reflexão sobre o Teatro, construindo um desenho e uma imagem da cidade a partir das memórias individuais daqueles que nela habitam. Estabelece-se um jogo que parte da construção das histórias pessoais, questionando o lugar do individuo, do grupo e do diálogo”, refere a organização.

Na informação enviada aos jornalistas, o Teatro da Trindade acrescenta que a peça “pretende ser uma celebração do Teatro enquanto desejo de identificação com o outro e lugar de transformação, que se serve de todas as formas de tradução para dar voz à memória, ao corpo e à projeção que fazemos de nós no futuro”.

A ideia do espetáculo surgiu a partir de um convite da anterior diretora do teatro, Inês de Medeiros, a propósito da comemoração do aniversário do teatro, conta Marco Martins.

Os dois criadores propuseram então um espetáculo que envolvesse a população dos bairros circundantes ao teatro e decidiram que, melhor do que olhar para o passado, “seria inverter a direção e tentar olhar para qual será o caminho deste teatro”, acrescenta Beatriz Batarda.

“É um espetáculo verdadeiramente de partilha: partilha das histórias individuais com o outro. E nesse sentido é um espetáculo comemorativo, generoso, que oferece alguma coisa. E não virado para dentro”, sublinha Marco Martins.

O espetáculo vai estar em cena até dia 10 de dezembro.