"Ridículo e inaceitável!", escreveu no domingo Rui Rio, na plataforma social Twitter, horas depois de a DGS ter anunciado a entrega da versão final do parecer técnico sobre a Festa do Avante! ao PCP, remetendo a divulgação do seu conteúdo para o partido, "se assim o entender".

"A insensata DGS está pura e simplesmente a gozar com todos nós. Em democracia, pior era impossível", criticou o líder do PSD, defendendo que "impõe-se, agora, que o Governo, que tutela este serviço, faça a divulgação do documento".

"Para todos percebermos o que é que a DGS está a querer esconder", sustentou Rui Rio.

A DGS anunciou no domingo, numa nota de imprensa, que entregou ao PCP nesse dia, "tal como estava previamente previsto", o parecer final sobre a realização da Festa do Avante! durante a pandemia de COVID-19.

Contudo, a DGS entende que compete à "entidade organizadora" do evento comunista, que solicitou o parecer técnico, divulgar o seu conteúdo "se assim o entender".

Na quarta-feira, o PCP, que organiza a Festa do Avante! entre 4 e 6 de setembro, na Atalaia, no concelho do Seixal, considerou que é a DGS que deve "dar a conhecer relatórios, pareceres ou outras reflexões que tenha produzido, esteja a produzir ou venha a produzir".

"A DGS não divulgará o conteúdo deste parecer, à semelhança de todos os pareceres técnicos entregues até ao momento, cabendo à entidade organizadora fazê-lo, se assim o entender", vincou no domingo a autoridade de saúde na nota enviada aos meios de comunicação social.

A nota surgiu depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se ter manifestado, em Monchique, no Algarve, preocupado com a indefinição de orientações pela DGS para a realização da Festa do Avante!, lamentando que a cinco dias do evento não fosse conhecida "a posição das autoridades sanitárias sobre as regras" a serem aplicadas.

Para o chefe de Estado, impunha-se saber com clareza as regras para se perceber se "há respeito pelo princípio da igualdade", o de "tratar igualmente situações iguais".

A pandemia da COVID-19 já provocou pelo menos 843 mil mortos e infetou mais de 25 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1819 pessoas das 57.768 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A COVID-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.