Com concertos ao ar livre de entrada gratuita e espetáculos em sala a preços dos quatro aos seis euros, o evento irá decorrer até 26 de julho, e levará uma a três atuações a cada um dos municípios envolvidos no projeto: Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ílhavo, Sever do Vouga e, em estreia este ano, Oliveira de Azeméis.

Os artistas em cartaz este ano são: La Caravane Passe, de França, Boban Markovic Orkestar, da Sérvia, Pascuala Ilabaca y Fauna, do Chile, Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou, do Benim, La Yegros, da Argentina, Waldemar Bastos, de Angola, e Omar Souleyman (na foto acima), da Síria.

"São 14 concertos, num evento que é intermunicipal, mas também suprainstitucional", declarou hoje, em conferência de imprensa, Luís Fernandes, coordenador do festival organizado pela Associação Cultural d'Orfeu.

"Com a adesão de Oliveira de Azeméis é um canal novo que se abre entre municípios que neste domínio não têm uma plataforma que os una e, se o Festim puder fazer esse contacto entre comunidades, pessoas e artistas, será uma grande mais-valia para todos", defendeu.

No mesmo espírito de aproximação, as escolhas do programa de 2018 procuram disponibilizar ao público o contacto com sonoridades que cruzam características étnicas com registos mais familiares como o rock, pop, jazz e até a rumba e o funk.

O coletivo La Caravane Passe, por exemplo, levará a Albergaria e Sever uma presença "muito festiva", que funde a música cigana tradicional dos Balcãs com a pop francesa. Pelos mesmos municípios passará também a orquestra de sopros de Boban Markovic, apontado como "um grande trompetista cigano", "capaz de levantar toda a gente".

Já a cantora e acordeonista Pascuala Ilabaca, que atuará em Albergaria e Ílhavo, combinará a etnicidade chilena com o rock e a pop, para entregar uma mensagem que tem tanto de política quanto de romântica.

O Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou, por sua vez, promete, para Ílhavo e Oliveira de Azeméis, um concerto com laivos dos cerimoniais festivos do Benim e múltiplas heranças culturais, enquanto a "carismática 'cantautora'" Mariana "La Yegros" trabalhará sons da Argentina e da Colômbia, na performance "urbana e eclética" que propõe para Águeda, Estarreja e Sever.

Os dois outros artistas do Festim de 2018 são Waldemar Bastos, que é "uma lenda em África", e levará a Águeda e Estarreja "música de mensagem com um apelo constante à fraternidade entre os povos", e ainda Omar Suleyman, o artista que, sendo há vários anos refugiado da Síria, apurou entretanto a sonoridade "kitsch e extravagante" com que tem conquistado público por toda a Europa.

Isabel Pinto, vereadora da Cultura na Câmara Municipal de Estarreja, afirmou que este cartaz é "um bom exemplo de uma programação em rede" e o seu homólogo de Sever, José Almeida Costa, considerou a "parceria excelente" pelo contacto que proporciona com "culturas de outros pontos do mundo".

Elsa Corga, autarca com o mesmo pelouro em Águeda, também concorda que a 'world music' traz "uma riqueza cultural muito grande" à programação dos municípios - perspetiva reforçada pela vereadora de Ílhavo, Fátima Teles, ao defender que as músicas do mundo têm potencial para trazer à rua "uma nova dinâmica".

Delfim Bismarck, que tutela a Cultura em Albergaria-a-Velha, atribuiu a nova opção local por um concerto em sala e dois ao ar livre à necessidade de "ajustar a oferta à procura do público" e Joaquim Jorge Ferreira, presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, justificou a adesão do município ao projeto com o facto de lhe reconhecer qualidade para se afirmar como "um instrumento importante de dinamização económica e social".