“As três ideias que presidem ao processo de estruturação do programa entrelaçam-se, e enquanto atitudes simbólicas são possíveis de encontrar ao longo de todo o programa”, refere Igor Gandra, diretor artístico do fimp, em comunicado.
Para compreender esta filosofia, Igor Gandra explica que "nesta coisa de Existir" há propostas que “nos levam a questionar a nossa própria existência e coexistência”, salientando que o projeto que melhor materializa tudo isto é “In Many Hands”, de Kate McIntosh, artista neozelandesa sediada na Bélgica, que poderá ser visto nos dias 19 e 20 de outubro, no Teatro Campo Alegre.
“Trata-se de existirmos quer como objetos e também através dos objetos. E essa ideia está de igual modo presente no espetáculo inicial 'Géologie D’Une Fable', que chega do Líbano, pelas mãos da companhia Collectif Kahraba” (Teatro Carlos Alberto/TeCA, dias 11 e 12), salienta o diretor artístico do fimp.
Esta peça “propõe-nos de uma forma muito acessível, mas simultaneamente bela, repensarmos questões ancestrais que têm a ver com a nossa ligação à terra e aos animais, e à nossa história comum através de uma matéria tão primordial como o barro”.
A ideia de resistência (Resistir) também percorre o programa e é nítida em peças como “Prometeu”, pela Companhia Lafontan·Formas Animadas, de Portugal (Rivoli Teatro Municipal, dia 19 outubro), e “Dura Dita Dura”, do Teatro de Ferro (TeCA, 16 e 17 de outubro), mas está igualmente muito presente na criação de Ainhoa Vidal, “Aruna e a arte de bordar inícios” (12, 13, 14 e 15 de outubro, Teatro Campo Alegre).
A desistência “assume um lugar um pouco provocatório, pois é uma ideia que está ligada tradicionalmente ao falhanço. A peça “Lullaby for Scavengers”, de Kim Noble, do Reino Unido, tem a ver com a desistência de saltar fora das regras e do que é socialmente aceitável. Desistir também contempla a possibilidade de iniciar outro caminho”, explica Igor Gandra.
Do programa destacam-se ainda duas estreias nacionais, “Lullaby for Scavengers” e “In Many Hands”, bem como as estreias absolutas de “Capital Canibal”, Sonoscopia/ Teatro de Ferro, no Teatro Municipal do Porto – Rivoli, “Aruna e a arte de bordar inícios”, de Ainhoa Vidal, ”Inacabados”, da companhia Radar 360 (em lugar a definir), e o novo trabalho da Limite Zero “Próxima Estação”, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, dias 16 e 19 de outubro.
O responsável salientou ainda a presença da italiana Marta Cuscunà, com “Sorry Boys”, também no Constantino Nery, no dia 18 de outubro, “uma peça que congrega a resistência, a existência e também uma forma de desistência criativa”.
A organização do festival convidou a fotógrafa Susana Neves, que dedicou uma década de trabalho ao fimp, a expor alguns exemplares fotográficos no espaço do TeCA, no âmbito desta 35.ª edição.
A mostra, intitulada “Fimpografias”, estará disponível ao público de 11 de outubro a 10 de novembro.
Entre outras, o fimp aposta também em sugestões “capazes de cativar as crianças e as famílias”, envolvendo-as em ações de caráter pedagógico e didático, por isso não faltarão os tradicionais Fimpalitos (a mascote mutante do fimp), assim como outras oficinas e sessões do tipo 'masterclass' com alguns dos artistas participantes e convidados, destinadas a estudantes de teatro e profissionais do setor.
O fimp decorrerá entre 11 e 20 de outubro, no Porto, nos palcos do TeCA – Teatro Carlos Alberto, Teatro Municipal do Porto (Rivoli e Campo Alegre), Teatro do Bolhão, Teatro de Ferro, Teatro de Belomonte, Círculo Católico de Operários do Porto, Mosteiro de São Bento da Vitória, Jardim da Cordoaria e Metro da Trindade. Em Matosinhos, estará no Teatro Constantino Nery.
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