O festival, que vai decorrer no Palácio do Marquês de Pombal, na Capela de St.º Amaro e na Igreja Matriz, em Oeiras, no distrito de Lisboa, apresenta um “repertório entre o sacro e o profano, a música de câmara, as canções para coro e a canção solística com acompanhamento de pianoforte”, destacando-se “um espaço dedicado à composição musical feita por mulheres, em finais do século XVIII, como Anna Amalia, Corona Schroter e Maria Theresia von Paradis, vozes artísticas que tem sido continuadamente ignoradas pelo ‘mainstream’ da programação e dos músicos”, disse à agência Lusa o diretor do festival, João Paulo Janeiro.

A realização de uma Mostra de Discografia de Música Antiga portuguesa, a primeira no país, é outra das novidades do certame, que conta também com 'masterclasses' de cravo e pianoforte, por Adrià Gracia e Mathieu Valfré, e com um “workshop/residência” sobre dança barroca sob orientação do Hyphen Ensemble.

Sobre a mostra discográfica, coordenada pelo musicólogo Tiago da Hora, João Paulo Janeiro salientou à Lusa que “importa refletir sobre o que foi feito no passado e quais os caminhos de futuro da edição musical”, num período em que “as edições musicais se diluem nos mais diversos suportes digitais e físicos”.

A mostra tem lugar no Palácio do Marquês de Pombal e, no dia da abertura, contará com uma mesa redonda, na qual participa o musicólogo Rui Vieira Nery.

Os concertos estão programados para os fins de semana, entre 1 e novembro e 4 de dezembro.

O primeiro corresponde à estreia moderna de “Matuttino De Morti”, na versão do manuscrito de Viseu, do compositor napolitano David Perez, falecido em Lisboa, em 1778, aos 67 anos, um dos preferidos da corte de José I.

A obra será interpretada pela Capela Joanina e pelo ensemble Flores Mvsica, dirigidos por João Paulo Janeiro.

No dia 13 de novembro, às 15h00, será promovida uma visita ao órgão histórico da Igreja de N. S. da Purificação, matriz de Oeiras.

O órgão data de 1829, tendo sido construído António Joaquim Fontanes, a quem se atribui a autoria do órgão da Igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa.

O órgão Fontanes de Oeiras foi restaurado em 2001 pelo mestre organeiro Dinarte Machado.

O cartaz conta ainda com as participações dos ensembles La Fenice a Venire, Voces Caelestes, Meridional e dos franceses Hyphen, da soprano Ana Quintans, acompanhada por Adrià Gracia, e do violinista Lorenzo Colitto.

Ana Quintans apresentará, no dia 27 de novembro, às 20h30, na Capela de St.º Amaro, um programa “especialmente concebido por si”, com peças de Anna Amalia, Maria Theresia Paradis e Sophia Wesetnholz, entre outras compositoras de finais do século XVIII.

Um concerto coral, inteiramente dedicado às canções da Haydn, “Con Amore”, sob a direção de Sérgio Fontão, pelas Voces Caelestes, acompanhadas por Ana Mafalda Castro, em pianoforte, na Capela de Santo Amaro, encerrará o festival no dia 4 de dezembro, às 21h00.

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