A conferência-performance, integrada na Semana Cultural da Universidade de Coimbra, acontece pela primeira vez a 5 de março, percorrendo, tal como no livro de Gonçalo M. Tavares, temas como a saúde, a loucura, a doença, o desejo ou a violência.

"A ideia foi pôr um livro num espaço físico", disse à agência Lusa Gonçalo M. Tavares.

No palco do TAGV, Gonçalo M. Tavares vai estar sentado, a dar uma conferência, com recurso a fragmentos do livro, sendo acompanhado pelo coletivo de artistas Os Espacialistas, que criou as imagens que estão presentes na obra "Atlas do Corpo e da Imaginação", editada em 2013, e que apresenta centenas de fragmentos atravessando "a literatura, o pensamento e as artes".

"Vou estar a ler alguns excertos quase como se fosse uma conferência, ao mesmo tempo que são apresentadas imagens ao vivo, que quase que se podem tocar", acrescentou o escritor.

No palco, o coletivo Os Espacialistas vai também materializando corporalmente algumas das imagens, resultando numa performance física.

Se, no livro, a imagem criada resulta de um conjunto de movimentos, no palco faz-se o inverso e é como se o coletivo saísse da imagem e fizesse "o que está antes e depois" desse instante registado, quase como se "desembrulhassem um pouco as fotografias", explicou o escritor.

Para além das leituras de "fragmentos de fragmentos" do livro, Gonçalo M. Tavares irá também fazer alguns comentários.

"Eu vou fazer uma conferência, que por acaso tem imagens e que, por acaso, também tem pessoas, provavelmente vestidas de branco, a criar algumas situações corporais", enquanto discorre sobre diversos dos temas também presentes no livro, afirmou.

No entanto, é também deixado algum espaço ao improviso, não havendo "um guião absoluto anterior".

No final, é aberto espaço para um diálogo com o público, esclareceu Gonçalo M. Tavares, entendendo que a conferência não termina com o espetáculo, sendo a conversa também parte do momento.

Gonçalo M. Tavares, nascido em 1970, publicou vários livros desde 2001, tendo já recebido diversos prémios literários, entre os quais Prémio José Saramago, em 2005, Prémio Portugal Telecom da Literatura, em 2007 e 2011, ou Prémio do Melhor Livro Estrangeiro, em 2010, em França.

Os bilhetes para o espetáculo custam entre 3,5 e cinco euros.