A posição do Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE) surge na sequência da permissão de reabertura dos teatros e de salas de espetáculo, prevista para 1 de junho, para os quais requer apoio para os custos de proteção e limpeza, como acontece no comércio.
O sindicato recorda que esta possível reabertura do setor acarreta grandes responsabilidades para as estruturas que tenham atividades agendadas e para quem gere os espaços que venham a abrir portas, quer se trate de estabelecimentos públicos (nacionais e municipais) ou de privados.
O Cena-STE defende assim que o acesso a testes de rastreio à COVID-19 deve ser gratuito para os profissionais envolvidos na produção de espetáculos, sempre que o trabalho implique contacto direto ou as estruturas assim o entendam.
Para tal, diz ser necessária a articulação eficaz entre o Ministério da Cultura e a Direção-Geral da Saúde (DGS), no sentido de providenciar acesso aos testes, no início de ensaios, tal como já acontece já noutros setores de atividade.
Alerta ainda o Cena-STE para "a diminuição da lotação dos espaços", que "impedirá que as receitas de bilheteira cubram, pelo menos, as despesas de abertura de sala, o que levará ao cancelamento de atividades e/ou ao fecho definitivo de espaços de apresentação".
Por isso, o CENA apela à criação de um fundo de apoio à aquisição de materiais de proteção e de limpeza, como acontece no setor do comércio e da restauração.
Quanto à viabilidade de espetáculos em espaços fechados, em diversas áreas artísticas como ópera, bailado ou teatro, com música ao vivo interpretada por orquestra (nomeadamente colocada em fosso), ainda suscita demasiadas incertezas ao Cena-STE.
"A implementação de novos procedimentos implica a multiplicação de tempos de ensaio, montagem e apresentação pública, a adaptação de vestiários e camarins, assim como espaços e métodos de funcionamento de bilheteira, todos munidos de procedimentos, materiais, equipamentos, bem como planos de higienização, efetuados por equipas reforçadas ou contratadas, pela sua especialização", lê-se na posição do sindicato.
O Cena-STE alerta ainda para o facto de não estarem previstas verbas nos orçamentos para pôr em prática as regras necessárias à abertura e funcionamento dos espaços, em período de pandemia.
Defende ainda que o desenho e desenvolvimento de um plano de contingência para cada espaço, com apoio técnico da Inspeção-Geral das Atividades Culturais.
Para o Cena-STE, a abertura de salas a partir de 1 de junho não aponta para a resolução dos problemas financeiros e laborais imediatos e urgentes nem de médio prazo dos trabalhadores. É mais "um encargo para as estruturas artísticas e locais de trabalho e não uma solução".
Comentários