O fadista, que será acompanhado pelos músicos Ricardo Parreira, na guitarra portuguesa, André Ramos, na viola, e Ciro Bertini, no baixo, realçou à Lusa que que este seu quinto trabalho de estúdio, reflete a nossa contemporaneidade fadista, e é uma proposta para “dar seguimento à construção do próprio fado”.

O álbum é constituído por 15 temas, em que todas as letras são de João Monge, musicadas por diferentes compositores, entre eles, Carlos Barretto, João Gil, Vitorino, José Medeiros e uma do próprio Monge, que foram escolhidos foram surgindo entre sugestões do poeta e do fadista.

“O que pedi a cada um dos compositores foi que escrevessem, sem pensar no fado, fizessem uma melodia, para eu interpretar, esse sentimento fadista dar-lhe-ia a minha voz e os músicos, principalmente, o guitarra e o viola, [respetivamente Ricardo Parreira e Marco Oliveira], que somos nados no fado”.

A este duo junta-se Ciro Bertini no baixo acístico e no contrabaixo, nomeadamente nos temas “Canção em linha reta” e “Condão”.

“A ideia, no fundo, é dar seguimento à construção do próprio fado, que foi construído durante o século XIX e no passado com várias melodias de fados tradicionais e depois vários fados-canção”, explicou Hélder Moutinho que gravou o disco numa residência artística em Serpa.

“Este CD pretende, por um lado, refletir essa herança, e por outro, fazê-lo evoluir, como que dizendo que o fado continua em embrião, e pode continuar a crescer, pode continuar a ser construído enquanto género musical”.

Para chegar a esta etapa Hélder Moutinho, de 47 anos, considera essencial o percurso de aprendizagem que fez nas casas de fado, “lidar com as pessoas mais velhas, com quem tem alguma coisa para nos dizer e ensinar, o ter de cantar todos os dias, nem sempre com os mesmos músicos, ter capacidade de improvisar porque está bem ou mal da voz”.

Hélder Moutinho estreou-se discograficamente com “Sete fados e alguns cantos” (1999), seguindo-se “Luz de Lisboa” (2004), que lhe valeu um Prémio Amália para o Melhor Disco, em 2005, e editou “Que fado é este que trago” (2008) e “1987” (2013).

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