A revista norte-americana The Hollywood Reporter reportou na sexta-feira que a The New Yorker estava a preparar um artigo sobre acusações contra Leslie Moonves, um dos homens mais poderosos de Hollywood, pelo seu comportamento sexual impróprio.

Segundo a The Hollywood Reporter, Moonves teria beijado e tocado várias mulheres sem o seu consentimento ao longo de décadas.

Depois de a informação se ter tornado pública, o grupo difundiu um comunicado. "Os diretores independentes da CBS comprometem-se a investigar qualquer queixa de violação das normas internas da companhia sobre o tema".

"Uma vez concluída esta investigação, que inclui acusações que datam de várias décadas, a equipa responsável estudará as suas descobertas e tomará as medidas necessárias", acrescentou a CBS.

"Todas as acusações de má conduta pessoal devem ser levadas a sério", expressou a diretora da investigação.

O assunto ganha mais relevância porque Moonves é um dos homens mais poderosos atingidos pelo movimento #MeToo contra o assédio sexual no mundo do espetáculo e noutras indústrias.

A denúncia foi redigida por Ronan Farrow, que compartilhou um Prémio Pulitzer com o The New York Times este ano pelo seu artigo sobre o magnata de Hollywood Harvey Weinstein, um caso que deu origem ao movimento #MeToo.

Impacto

Horas depois de o preço das ações da CBS desabarem pela primeira vez - caíram 6,55% em Wall Street-, Farrow manifestou-se no Twitter para dizer que não faria comentários sobre informações que não publicou.

"Quem estiver a ler sobre o meu trabalho em fontes secundárias, pode não ficar a conhecer a história completa ou a correta, especialmente nos casos em que as partes têm interesse em minimizá-la ou em dar-lhe outro sentido", escreveu.

Não está claro que impacto as informações teriam numa batalha legal pelo controle da gigante televisiva norte-americana, entre a família Redstone, que controla a CBS, e a direção, presidida por Moonves.

Shari Redstone é uma acionista importante da CBS e da Viacom, que possui redes a cabo como a Comedy Central, a MTV e o estúdio de cinema Paramount. O seu objetivo é fundir as duas companhias, mas Moonves opõe-se.

Segundo a Forbes, o património líquido de Moonves chega a 700 milhões de dólares e ele é um dos CEOs mais bem pagos dos Estados Unidos.

Moonves entrou para o grupo CBS em 1995 e chegou à direção em 2003. No seu percurso, acompanhou sucessos como "A Teoria do Big Bang", "Todos Gostam do Raymond" e "CSI".

Em novembro passado, a CBS News demitiu Charlie Rose, que era um dos jornalistas televisivos mais respeitados dos Estados Unidos, depois de oito mulheres terem dito ao jornal The Washington Post que foram alvo de insinuações sexuais indesejadas.

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