No Passeio da Fama de Hollywood, a estrela do cantor continua a atrair milhões de turistas que tiram selfies. As lojas de brindes mais próximas, os artistas de rua e os estúdios de tatuagens afirmam ainda que continuam a fazer bons negócios com a figura de Michael Jackson.
Do outro lado da rua, no Museu Ripley, uma estátua do cantor está estrategicamente colocada para atrair os turistas. Os funcionários do Madame Tussauds também dizem que a estátua de cera do músico continua a ser uma das principais atrações.
O documentário da HBO "Leaving Neverland", lançado no início deste ano, aponta no entanto que Michael Jackson aproveitou-se da sua fama para assediar jovens. Embora a maioria dos fãs consultados pela AFP estivessem a par do documentário, a sua adoração pelo cantor só aumentou.
"Vim aqui só por ele. Não tiro fotos com nenhuma outra estrela", disse o turista holandês Hooman Nazemi. "Algumas das coisas que diziam no documentário eram fortes, mas não podem dizer que é 100% verdade... simplesmente adoro-o. E acho que todos o adoram", afirmou.
Antoine Baynes, de 31 anos, um imitador do artista que percorre as ruas de Hollywood Boulevard, confessa que as acusações não fizeram diminuir o interesse que tem pelo 'rei da pop'. "Depois de ter saído o especial da HBO, recebi tanta atenção, se não mais, do que antes. Deu mais publicidade", disse.
18 mil rosas
O documentário da HBO recolhe o testemunho de dois homens que dizem ter sido sexualmente abusados pelo cantor durante anos quando eram menores de idade. Estas não foram as primeiras denúncias, mas reavivaram o escândalo, que perseguiu Michael Jackson até à sua morte, em 2009, aos 50 anos, por overdose.
Na época, o cantor negou todas as acusações, e a sua família apresentou um processo contra a HBO no valor de 100 milhões de dólares por "difamações póstumas".
Na terça-feira, dia do aniversário da morte da estrela, fãs de todo o mundo farão um "MJ Innocent Love Rally" em Hollywood, em frente à sua estrela no Passeio da Fama.
Outros eventos incluem um "baile de zombies" em Venice Beach e exibição de filmes de homenagem feitos por admiradores.
Aqueles que não conseguirem comparecer são desafiados a doar dinheiro para a cerimónia anual de homenagem ao cantor, onde são colocadas rosas no túmulo de Michael Jackson, no cemitério próximo de Forest Lawn.
Os organizadores da cerimónia comentaram no Twitter que este ano arrecadaram dinheiro para a compra de 18 mil rosas.
No entanto, nas redes sociais nota-se um nível muito baixo de entusiasmo pela comemoração, e a revista Variety avança que as redes de televisão eliminaram da sua programação os programas de homenagem.
De todas as formas, a influência comercial de Michael Jackson continua sendo considerável.
Camisolas, porta-chaves e porta-copos com a imagem do cantor permanecem expostos nas lojas para turistas de Hollywood, superadas em número apenas pelas imagens de Elvis Presley e Marilyn Monroe.
Apenas uma de uma dúzia dessas lojas visitadas pela AFP retirou as lembranças de Michael Jackson das suas estantes, citando uma queda do interesse pela estrela.Mas para alguns fãs apenas um souvenir não é suficiente.
"Há pessoas que pede que façamos a silhueta de Jackson, com o seu chapéu, às vezes com sua assinatura", disse o tatuador John López. "Talvez sejam cinco ou seis por ano, e este ano não é diferente", garantiu.
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