Para a diretora do museu, Suzanne Cotter, Krebber é autor de uma obra “extremamente fresca e relevante”, já assinando trabalhos há 40 anos, sendo um artista “extraordinariamente influente enquanto pintor e enquanto professor”.

Durante a visita para a imprensa, horas antes da inauguração da exposição intitulada “The Living Wedge” (“a cunha viva”, em inglês, mas sem tradução devido ao segundo sentido da palavra “cunha” em português), Krebber, nascido na cidade de Colónia em 1954, explicou que a mostra vai desde a primeira obra que assinou depois de ter sido assistente de Martin Kippenberger até às pinturas mais recentes, que datam do ano passado.

Ao longo da conversa, Krebber mencionou diversas vezes os erros que cometeu ao produzir determinado trabalho ou o quão “estúpidas” e “ridículas” são certas pinturas, culminando com uma declaração: “A pintura não me diz nada”, afirmou o artista que reconhece que em tempos chegou a ser “um daqueles para quem arte é pintura”.

Outra frase que Krebber repete com frequência é “ter-se safado”, no sentido de “se ter safado” com determinado trabalho ou conjunto de trabalhos quando lhe era pedido algo diferente, como por exemplo com as pranchas de surf que cortou em pedaços e que levam o curador da exposição, o diretor adjunto de Serralves, João Ribas, a admitir que quando viu aquelas peças pela primeira vez se sentiu “muito zangado” porque “isto não se pode fazer”.

“Foi só uma ideia estúpida. Gosto de piadas tristes como estas. Pensei que me podia safar com isto”, afirmou Krebber, que sublinhou não haver ideias por trás do que estava ali representado.

Krebber, há meses a viver em Nova Iorque onde ainda está indeciso sobre arrendar um estúdio, escreveu em tempos que "todas as ideias ou são más piadas ou são desinteressantes ou são roubadas ou copiadas de algures", mas imediatamente antes havia escrito o seguinte: "A imagem de uma prancha de surf é uma das mais belas do mundo, senão a mais bela. Pranchas de surf cortadas em pedaços como atum e penduradas como esculturas de Donald Judd. Estas esculturas confrontam-nos com o peso e a materialidade que é requerida da prática baseada no objeto, algo que pode ser evitado no ensino, na filosofia e noutras formas de meditação".

“Podemos afirmar que a obra produzida por Krebber durante as três últimas décadas configura um conjunto de respostas para um problema chamado ‘pintura’, persistente no seu fascínio, obstinado na sua adiada resolução”, escreve João Ribas no texto para o catálogo da exposição.

Também hoje em Serralves foi inaugurada a exposição "Everything is about to happen: Livros e edições de artista", com mais de 200 obras sobre "a área do livro de artista enquanto suporte e contexto para a arte contemporânea".

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