Luís Filipe Castro Mendes fez o anúncio durante a cerimónia de abertura da 88.ª Feira do Livro de Lisboa, que contou também com a presença do presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), João Amaral, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Estamos agora em condições de anunciar o selo de mérito cultural. Este selo de mérito será atribuído mediante apresentação de proposta dos interessados e sujeito a uma comissão de avaliação que anualmente decidirá de acordo com um conjunto de critérios”, afirmou.

Além do reconhecimento público pelo trabalho desenvolvido, este selo permitirá a essas livrarias beneficiar de uma campanha nacional de divulgação em meios de comunicação social, bem como de um programa de ações de promoção de leitura, em colaboração com a rede de bibliotecas públicas, municipais e escolares", acrescentou.

“Estas medidas são primeiros passos para políticas que devem contribuir para a salvaguarda das livrarias nos seus mais diferentes perfis”, disse, manifestando particular preocupação pela “situação difícil que as livrarias vivem e, em especial, as livrarias independentes”.

Afirmando o “empenho” do ministério em apostar no “reconhecimento do trabalho singular e insubstituível desempenhado por essas livrarias”, o governante lembrou que foi constituído um grupo de trabalho, que já fez a geolocalização das livrarias, e que em breve estará disponível a aplicação do mapa do cidadão.

O anúncio do ministro da Cultura coincidiu com as declarações do Presidente da República, que vai realizar uma nova Festa do Livro em Belém, de 31 de agosto a 2 de setembro, e que prometeu ouvir mais agentes do setor livreiro, contribuindo para que tenha "a atenção devida".

No discurso de abertura, o presidente da autarquia, por seu lado, fez também referência aos problemas que atravessa o mercado livreiro, apelando a que por uns dias se esqueçam “as dificuldades que são reais e que são evidentes”, e que se olhe para a “manifestação de força, de vitalidade e de futuro que a Feira do Livro de Lisboa representa”.

Naquela que poderá ser a última edição organizada pela APEL sob a presidência de João Amaral, segundo afirmou o próprio, a Feira do Livro, que abriu hoje às 12:00, contava, duas horas depois, já com largas dezenas de pessoas a passearem entre pavilhões, a espreitar livros, a descansar nas sombras ou a ocupar os espaços de restauração, este ano maior do que no ano anterior, para comer e beber.

No entanto, a maioria dos pavilhões ainda não tinha vendido nada e a justificação dada pelos livreiros era de que o que motiva, principalmente, os primeiros visitantes da feira é a curiosidade de ver os pavilhões, as novidades e os preços.

O editor Pedro Bernardo, um dos fundadores da E-Primatur e da Bookbuilders, disse à Lusa que, naquele período, tinha vendido dois livros.

Presente pelo terceiro ano na feira - embora no primeiro tenha sido representada por um distribuidor -, a editora aumentou este ano a sua presença na feira em mais um pavilhão, na expectativa de ter mais vendas e de dar a conhecer melhor ao público o projeto editorial.

Contudo, Pedro Bernardo não concorda com a antecipação do horário de fecho em uma hora, para as 22:00, argumentando que o período da noite é sempre o que tem mais movimento, e sugerindo que seria mais vantajoso avançar a hora de abertura, que esse é o período mais morto.

Uma ideia que não é partilhada pela editora Tinta-da-China, que vê com bons olhos esta redução do horário noturno.

Afonso Bulhosa, responsável pelos pavilhões da editora, que este ano criaram um espaço para as sessões de autógrafos dos autores, afirma que, entre as 22:00 e as 23:00, geralmente, já há muito pouca gente.

Assim, “vai-se acumular mais gente na última hora, o que é sempre bom, porque é a 'Hora H'", momento de descontos especiais, iniciativa a que esta editora aderiu.

O grupo Penguin Random House também reforçou a presença na feira, este ano, passando de três para seis pavilhões, e promete uma novidade “especial”: no dia 13 de junho vão estar alguns dos seus autores, como Afonso Cruz, Isabel Lucas e João Tordo, do lado de trás do balcão a vender livros, como adiantou a editora Clara Capitão, que se mostrou igualmente satisfeita com a mudança da “Hora H”.

O ambiente da Feira do Livro era de festa, , hoje à tarde, debaixo de forte calor, com grupos de palhaços, bonecos gigantes, escolas e bandas de música a animar as ruas e os visitantes.

Muitas editoras mudaram a localização dos seus pavilhões, este ano, relativamente ao ano anterior, mas como nas últimas edições, a Loja da Bíblia mantém-se ao lado das Edições Avante!.

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