O guitarrista e cofundador dos Gang of Four, Andy Gill, morreu este sábado, dia 1 de fevereiro, aos 64 anos.  Segundo os representantes do músico, citados pela Pitchfork, o artista morreu devido a insuficiência respiratória.

"O nosso grande amigo e Supremo Líder morreu hoje", confirmou o grupo britânico nas redes sociais. O músico era o único membro da formação original do grupo, tendo produzido todos os discos da banda britânica.

"A sua influência na música de guitarras e no processo criativo foi inspiradora para nós", sublinharam os membros dos Gang of Four em comunicado partilhado nas redes sociais.  "Os seus álbuns e trabalho de produção falam por si. Ouçam-nos em sua honra…", acrescentam.

"A sua visão artística sem concessões e o seu compromisso à causa significou que ele estava ainda a ouvir misturas do próximo disco, ao mesmo tempo que planeava a próxima digressão, na cama do hospital. (...) Vamos sempre lembrá-lo pela sua bondade e generosidade, a sua inteligência destemida, as más piadas, as histórias loucas e chávenas infindáveis de chá Darjeeling. Acontece que ele um pouco génio também", frisam os colegas e amigos

Os Gang of Four foram fundados por Andy Gill e Jon King no final dos anos 1970.

Em conversa com a Lusa semanas antes da atuação no festival Reverence Santarém 2017, Gill disse nunca pensar se algo que está a compor é “original o suficiente, diferente o suficiente, radical o suficiente”.

“Passo por fases durante as quais não penso muito em escrever canções, mas depois atravesso fases em que penso em compor e estou nesse momento atualmente, o que significa que posso ir no metro a tomar notas, provavelmente no meu telefone, escrever coisas e ideias, cantarolar pedaços, e quando chego ao estúdio começo a dar forma a essas ideias. Não penso, faço-o”, disse o músico da banda responsável por “Damaged Goods”.

"Estou sempre a tentar reinventar a roda dos Gang of Four”, afirmou. "Sempre adorei música pop e embora não seja sempre óbvio, a música de Gang of Four por vezes tem uma grande relação com a música pop. Gosto da ideia de uma linguagem que é acessível e que não tens de estudar para a compreender. É acessível porque toca em muitas das coisas que usamos na nossa cultura diária”, explicou Gill.