O escritor norte-americano Cormac McCarthy, autor de “Este País Não é Para Velhos”, entre outros, morreu na terça-feira aos 89 anos, em casa em Santa Fé, no estado norte-americano do Novo México, anunciou o grupo editorial Penguin Random House.
O escritor, conhecido por romances apocalípticos e ‘western’, como “A Estrada”, “Meridiano de Sangue” e “Este país não é para velhos”, morreu de “causas naturais”, de acordo com o grupo editorial Penguin Random House, num comunicado que está a ser citado por vários órgãos de comunicação social internacionais, como a BBC ou o El Pais.
Cormac McCarthy nasceu no estado norte-americano de Rhode Island, em 20 de julho 1933, tendo estudado na Universidade de Tennessee, que acabou por deixar para entrar na Força Aérea.
Publicou o primeiro romance, “O Guarda do Pomar”, em 1965. Seguindo-se “Nas Trevas Exteriores” (1968) e “Filho de Deus” (1973).
O The New York Times recorda que as personagens de Cormac McCarthy eram “‘outsiders’, como ele”, que “viveu tranquilamente e de forma determinada à margem do ‘mainstream’ literário”, tendo concedido “apenas um punhado de entrevistas”.
Cormac McCarthy ganhou o Prémio Pulitzer em 2007 com “A Estrada”, que esteve na base do filme com o mesmo nome, realizado por John Hillcoat e protagonizado por Viggo Mortensen.
O escritor foi ainda distinguido com outros prémios, como o National Book Award, em 1992, e o National Book Critics Circle Award pelo romance “Belos Cavalos”.
“Este País Não é Para Velhos” foi adaptado ao cinema pelos irmãos Coen e venceu o Óscar de melhor filme em 2008.
Os livros de Cormac McCarthy são publicados em Portugal pela Relógio d’Água, tendo os primeiros chegado às livrarias com o selo da antiga Teorema.
Entre os livros de Cormac McCarthy traduzidos para português estão também “A Travessia”, “Cidades da Planície” e “O Conselheiro”.
A Relógio d'Água publicou no ano passado “O Passageiro” e “Stella Maris”, que romperam um silêncio de 16 anos do escritor norte-americano.
Os dois romances, sobre um irmão e uma irmã, estão interligados e foram publicados nos Estados Unidos com um mês de intervalo.
“O Passageiro” é um romance sobre “moralidade e ciência” e “o legado do pecado”, que Cormac McCarthy terá começado a escrever há décadas, enquanto “Stella Maris” é uma prequela de “O Passageiro”, passada oito anos antes.
A história de “O Passageiro" segue os irmãos, Bobby e Alicia Western, que “são atormentados pelo legado do seu pai, um físico que ajudou a desenvolver a bomba atómica, e pelo amor e obsessão de um pelo outro”, escreveu o The New York Times.
“Stella Maris” assinala a estreia de McCarthy com uma protagonista feminina. O romance, de 200 páginas, segue a irmã de Bobby, Alicia, “um prodígio na matemática cujo intelecto assusta as pessoas e cujas alucinações tomam a forma de personagens, com as suas próprias vozes”.
“Há 50 anos que planeio escrever sobre uma mulher. Nunca serei suficientemente competente para o fazer, mas a dada altura é preciso tentar”, afirmou o escritor em 2009, numa entrevista ao Wall Street Journal.
McCarthy há muito que era fascinado por disciplinas científicas, e rodeou-se de especialistas em física teórica e matemática no Instituto de Santa Fé, um instituto de investigação onde era curador e ao qual estava ligado há décadas.
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