Nome veterano da BD cujo percurso passou pela Marvel e sobretudo pela DC, Keith Giffen morreu esta semana aos 70 anos.

A morte do norte-americano foi anunciada pela família na sua página no Facebook, de uma forma invulgarmente bem-humorada mas condizente com o tom de parte da obra do argumentista e desenhador.

Keith Giffen
Keith Giffen créditos: Facebook Keith Giffen

"Disse-lhes que estava doente... tudo para não ir à Comic Con de Nova Iorque. Obrigado", pode ler-se no post que tinha sido preparado pelo próprio. A mais recente edição da Comic Con de Nova Iorque arranca esta quinta-feira, 12 de outubro.

Giffen morreu na sequência de um AVC, a 9 de outubro.

Nova-iorquino nascido em 1952, começou por se destacar na Marvel, editora para a qual criou Rocket Raccoon, com o argumentista Bill Mantlo, em 1976. A personagem viria a integrar os Guardiões da Galáxia e a ter o pico de popularidade já neste milénio, através dos filmes da superequipa e de participações noutras aventuras do Universo Cinematográfico da Marvel.

Rocket Racoon
Rocket Racoon, versão do Universo Cinematográfico da Marvel

Mas foi na editora rival DC que o percurso de Giffen na escrita e no desenho se tornou mais icónico, através da criação de personagens como o anti-herói Lobo, ao lado de Roger Slifer, nos anos 1980, ou da versão mais recente do Besouro Azul, encarnada pelo latino Jaime Reyes, em 2006, que inspirou o filme do super-herói estreado este verão.

Lobo
Lobo

Giffen também assinou histórias elogiadas da Legião dos Super-Heróis ou da Patrulha do Destino, mas a sua obra mais aplaudida e lembrada será a fase muito singular da Liga da Justiça. Iniciada com o coargumentista J. M. DeMatteis e o desenhador Kevin Maguire, em 1987, injetou humor na maior superequipa da DC e centrou-se em personagens até então pouco populares, como Besouro Azul (Ted Kord), Gladiador Dourado, o Lanterna Verde de Guy Gardner, Ajax ou Fogo. O trio criativo também apresentou a super-heroína Gelo, presença regular numa fase de culto que originou expansões na Europa ou até na Antártida.

Ao longo de uma carreira que atravessou cinco décadas, Keith Giffen trabalhou ainda para editoras como a Image, Valiant ou Dark Horse. Em 1991, ganhou um Inkpot Award, atribuído pela Comic-Con International.