Umberto Eco, filósofo e autor de obras como "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault", morreu esta sexta-feira, 19 de fevereiro, aos 84 anos, depois de uma longa batalha contra o cancro. O escritor morreu às 22h30 (21h30 em Portugal continental), em casa, confirmou a família ao jornal italiano La Repubblica.

Nascido a 5 de janeiro de 1932, o semiólogo, escritor, professor universitário e filósofo foi uma das figuras mais marcantes da cultura dos últimos 50 anos. "O Nome da Rosa", romance publicado em 1980 e adaptado ao cinema em 1986 por Jean-Jacques Annaud, foi um seus dos principais sucessos. A obra do italiano foi traduzida para dezenas de países e tornou-se num fenómeno mundial de vendas.

Em 2015, Umberto Eco publicou o seu último livro, "Número Zero", onde analisa o jornalismo da atualidade e os novos desafios digitais, tendo escolhido a redação de um jornal diário como cenário narrativo. “Esta obra de Umberto Eco torna-se, nesta vertente, numa espécie de manual de decisões em que a qualidade do produto final está mais arredada das preocupações do que seria desejável”, adiantava, em comunicado de lançamento, a editora Gradiva.

Umberto Eco nasceu em Alexandria, no noroeste de Itália, na região do Piemonte. Literariamente, o escritor estreou-se na ficção com  “O Nome da Rosa”, que lhe valeu o Prémio Strega (1981), ao qual se sucederam outros títulos, como “O Pêndulo de Foucault”, “A Ilha do Dia Antes”, “Baudolino”, “A Misteriosa Chama da Rainha Loana” e “O Cemitério de Praga”.

Fundador do Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino, Umberto Eco deu aulas, por exemplo, nas universidades de Yale, Harvard e no Collège de France.

Além da ficção, o italiano foi também autor de uma vasta bibliografia ensaísta, citando-se, entre outros, “O Signo”, “Os Limites da Interpretação”, “Kant e o Ornitorrinco” e “Como se Faz uma Tese em Ciências Humanas”. O escritor organizou ainda obras como “História da Beleza”, “História do Feio” e “História das Terras e dos Lugares Lendários”.

Em 2008, ano em que se tornou professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos da Universidade de Bolonha, o romancista italiano ganhou o Prémio Reino de Redonda pela “incrível agudeza dos seus ensaios" e pela sua “quase incomensurável erudição e curiosidade infatigável".  Quando soube que lhe tinha sido atribuído o galardão, o escritor declarou-se "feliz por passar a fazer parte desse reino imaginário".

Doutorado em Filosofia pela Universidade de Turim, com uma tese sobre “O Problema Estético em São Tomás” (de Aquino), Umberto Eco considerava que o livro era "um milagre da tecnologia eterna, como a roda, o martelo, a frigideira ou a bicicleta". "A sua essência permanecerá sempre e a Humanidade nunca o poderá evitar", sublinhou o escritor.

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