“O MACAM - Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, cuja abertura está prevista para o final de 2024, foi premiado na categoria de superfície exterior de Edifício Público na edição deste ano dos britânicos Surface Design Awards”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

A cerimónia de entrega dos prémios aconteceu hoje de manhã, em Londres, no âmbito do Surface Design Show, “dedicado ao design e materiais para revestimento de paredes interiores e exteriores”.

O MACAM deveria ter sido inaugurado em 2021, tendo a abertura sido depois adiada para o primeiro semestre deste ano. O atraso da inauguração foi justificado com constrangimentos ditados pela pandemia da covid-19 e agravados pela guerra na Ucrânia, assim como com a complexidade do projeto de reabilitação e adaptação do edifício que irá acolher o museu.

Localizado na Rua da Junqueira, no Palácio dos Condes da Ribeira Grande, onde funcionou o Liceu Rainha Dona Amélia, o MACAM é “uma iniciativa cultural privada dedicada à arte moderna e contemporânea que irá também incluir, dentro das suas paredes, um hotel de 5 estrelas denominado The Curator”, segundo informação disponível no ‘site’ oficial do museu.

Em outubro de 2020, ficou a saber-se que o colecionador e empresário do Grupo Fibeira, com atividade na promoção imobiliária, hotelaria e serviços, Armando Martins, iria abrir no ano seguinte um museu de arte contemporânea para exibir uma coleção com 400 obras de artistas portugueses e estrangeiros.

A diretora do MACAM é a curadora Adelaide Ginga.

A coleção de Armando Martins reúne obras de artistas como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft, Lourdes Castro, entre outros, indicou a curadora e futura diretora do novo museu.

Quanto a artistas estrangeiros, estão representados na coleção Gilberto Zorio, John Baldessari, Albert Oehlen, Olafur Eliasson, Marina Abramovic, Antoni Tàpies, Antonio Ballester Moreno, Juan Muñoz, Santiago Sierra, Carlos Aires, Pedro Reyes, Carlos Garaicoa, Ernesto Neto, Marepe, Rosângela Rennó, Vik Muniz e Isa Genzken, entre outros.

Algumas das obras já foram cedidas para exposição em espaços museológicos como o Museu Nacional de Soares dos Reis e o Museu de Serralves, no Porto, o Museu Calouste Gulbenkian, o Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o antigo Museu Coleção Berardo, em Lisboa, assim como o Museu Rainha Sofia, em Madrid, entre outras instituições.

A coleção foi iniciada quando Armando Martins tinha apenas 18 anos, e comprou, a meias com um amigo, um conjunto de 35 serigrafias.

A compra da primeira pintura original só aconteceu em 1974, de um artista português, Rogério Ribeiro, e passou a ser mais intensa nos anos de 1980, particularmente de arte portuguesa contemporânea do século XX, estendendo-se depois aos estrangeiros, com artistas de todos os continentes, menos a Oceânia.

Embora tenha seguido o seu gosto pessoal, Armando Martins recorreu, ao longo das décadas, ao aconselhamento de curadores e galeristas como Pedro Cera e Filomena Soares, entre outros.

A coleção de Armando Martins foi distinguida, em 2018, com um prémio da área do colecionismo, pela Fundação ARCO de Madrid, em Espanha.