De acordo com o programa hoje anunciado, e que faz parte da temporada de música 2018/2019 da fundação, o ciclo abrirá a 23 de janeiro com a música mandinga de tradição oral da cantora maliana Rokia Traoré, num regresso a Portugal depois de ter atuado várias vezes no festival de Sines.
Rokia Traoré "tem discursado pela rejeição do papel tradicional da mulher na sociedade maliana e usa as suas canções para apelar a uma participação cada vez mais plena na vida do Mali", refere a fundação.
O ciclo prossegue no dia 24 com as intérpretes iranianas, irmãs Mahsa e Marjan Vahdat. Impedidas de atuarem em público no Irão por serem mulheres, as duas artistas dedicam-se "à luta pelo reconhecimento do lugar capital que as mulheres ocupam na música e na sociedade iranianas".
Em Lisboa irão interpretar um repertório fundamentalmente espiritual e ancorado na música tradicional persa.
O terceiro dia do ciclo, a 25 de janeiro, será protagonizado pela fadista Aldina Duarte, "cujo fado é, também ele, atravessado por reflexões em torno do lugar da mulher". A atuação contará com a participação de Carlão e do pianista Filipe Raposo.
As últimas atuações do ciclo serão em dose dupla, com a maestrina Tianyi Lu e a pianista Joana Gama.
A jovem maestrina chinesa Tianyi Lu, assistente na Sinfónica de Melbourne (Austrália), conduzirá a Orquestra Gulbenkian em duas sessões no dia 27 de janeiro, para interpretar obras de Felix Mendelssohn-Bartholdy e Maurice Ravel.
Dose dupla terá também a pianista Joana Gama, no fecho do ciclo no dia 28, com um recital dedicado ao compositor catalão Federico Mompou, e com uma atuação com o projeto "at the still point of the turning world", acompanhada de Luís Fernandes e intérpretes da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Joana Gama já tinha estado no início deste ano na Gulbenkian, no programa "Pianomania", no qual protagonizou uma maratona de 14 horas ininterruptas a interpretar a peça "Vexations", do compositor francês Erik Satie.
Comentários