Os quatro escritores que estão agora na corrida final para o Prémio de Literatura da Nova Academia, criado como protesto contra o cancelamento do Prémio Nobel, foram votados pelo público, a partir de uma lista de 47 autores de todo o mundo, nomeados por bibliotecários suecos.
A votação abriu ao público, no site da Nova Academia, em julho e encerrou no dia 14 de agosto, tendo sido definido desde o início que dois dos finalistas seriam mulheres e os outros dois seriam homens.
O escritor inglês Neil Gaiman, residente nos Estados Unidos, iniciou a carreira como jornalista, mas acabaria por abandonar a profissão, após conhecer o sucesso como autor de novelas gráficas, como é o caso de “The Sandman”, uma série publicada pela Vertigo que o transformou num autor de culto.
Neil Gaiman recebeu vários prémios internacionais e é autor de obras como “Coraline”, “The Graveyard Book” (“A Estranha Vida de Nobody Owens”) e “The Ocean at the End of the Lane” (“O oceano no fim do caminho”).
O japonês Haruki Murakami, igualmente finalista, é conhecido literariamente por fundir a cultura pop com um forte realismo mágico, sendo um autor multipremiado e que já foi várias vezes apontado como candidato ao Prémio Nobel.
Entre a sua obra contam-se livros como “Norwegian Wood”, “The Wind-Up Bird Chronicle” (“Crónica do Pássaro de Corda”), “Kafka on the Shore” (“Kafka à beira-mar”) e “IQ84”.
Quanto às finalistas, a vietnamita Kim Thúy – que cresceu no Canadá, após ter abandonado o seu país como refugiada aos 10 anos – é conhecida pelas “histórias curtas e elegantes” sobre a condição de refugiado e de imigrante, bem como pelas cores, aromas e sabores que emanam das suas histórias sobre o Vietname, sem ocultar os perigos do exílio e a busca de identidade.
“Ru” (publicado em Portugal pela Alfaguara), “Man”, “Vi” estão entre as obras selecionadas pela Nova Academia.
A quarta finalista é a escritora francesa Maryse Condé, feminista e ativista, vive nos Estados Unidos e é considerada uma das autoras mais destacadas das Caraíbas, tendo escrito cerca de 20 romances e recebido vários prémios de prestígio.
Conhecida como uma das mais importantes difusoras da cultura africana nas Caraíbas, Maryse Condé descreveu como o colonialismo mudou o mundo e como os que são afetados retomam a sua herança.
“Desirada”, “Segu”, “Crossing the Mangrove” e “Who Slashed Celanire's Throat?” são algumas das obras que escreveu, sem qualquer edição em Portugal.
A Nova Academia foi fundada este ano, por várias figuras culturais suecas, entre as quais jornalistas e autores, como forma de protesto ao cancelamento do Prémio Nobel por parte da Academia Sueca.
O vencedor será anunciado em 12 de outubro e irá haver uma cerimónia formal para entrega do prémio no dia 9 de dezembro.
A Nova Academia será dissolvida após a cerimónia formal em dezembro.
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