"Konono n.º 1 meets Batida" é um álbum de afro-eletro, que revela as afinidades musicais entre Pedro Coquenão e o grupo de Kinshasa em torno dos ritmos e da música africana.

Os Konono n.º 1 surgiram em Kinshasa, nos anos 1960, pela mão do músico Mawangu Mingiedi (que morreu em 2015), mas só ganharam maior notoriedade na Europa, no virar do século, com a editora belga Crammed Discs e com o produtor Vincent Kenis.

Composto por músicos oriundos de uma região fronteiriça com Angola, o grupo é conhecido por tocar música em instrumentos artesanais e tradicionais eletrificados, conferindo uma sonoridade experimental e próxima dos ritmos da música eletrónica.

No novo álbum participam a cantora Selma Uamusse, Papa Juju, dos Terrakota, Sacerdote e o produtor MC AF Diaphra, num trabalho que reflete "a vida musical vibrante e cosmopolita de Lisboa", refere a editora.

No tema "Nzonzing Família" surge ainda a voz de Luaty Beirão, recuperada de uma música de Batida.

Há um ano, na altura da residência do grupo em Lisboa, para fazer o disco, Pedro Coquenão contava à Lusa que Konono n.º 1 era uma das fontes de inspiração de Batida e que o trabalho de produção passava também pela integração dos músicos na cidade.

"Vamos falar de ritmos, de música, provocá-los de todas as maneiras possíveis, através da comida, da música, de passeios por cá", proporcionando contacto com a cultura multiétnica e cultural na capital, disse.

"Congotronics" (2004) foi o primeiro álbum de Konono n.º 1 com a Crammed Discs, e inaugurou uma série homónima de álbuns na editora.

Em 2010, editaram o álbum "Assume Crash Position" e, ao currículo, juntam ainda colaborações com Bjork e com Herbie Hancock.

Em 2011, participaram num "supergrupo" de músicos africanos e ocidentais intitulado Congotronics vs. Rockers, no qual estavam também os Kasai Allstars, Juana Molina, Wildbirds & Peacedrums e Skeletons.

Nesse ano, o supergrupo passou pelo Festival Músicas do Mundo de Sines.

Konono n.º 1 integra os músicos Augustin Mawangu, líder do grupo e filho do fundador, Pauline Nsiala, Menga Waku, Vincent Visi e Jacques Mbiyavanga.