Num comunicado publicado nas redes sociais do grupo, os autores de “Raining Blood” escrevem que, “depois de quase 37 anos, de 12 álbuns, de múltiplas gravações ao vivo, de quase 3000 concertos em todos os cantos do mundo, de inúmeros prémios incluindo cinco nomeações e dois Grammy, […], de ter a sua própria exposição no Smithsonian, de ser capa em centenas de revistas, da perda devastadora de um irmão fundador e de aparecer no ‘Tonight Show’, a era dos Slayer, uma das maiores bandas de thrash/metal/punk desta ou de qualquer era, está a chegar ao fim”.

A digressão de despedida arranca a 10 de maio em San Diego e vai levar a banda aos Estados Unidos e Canadá, onde será acompanhada pelos Lamb of God, Anthrax, Behemoth e Testament. O último concerto decorre a 20 de junho em Austin, Texas.

Fundados em 1981 pelo guitarrista Kerry King e pelo entretanto morto Jeff Hanneman, com Tom Araya, na voz, e Dave Lombardo, na bateria (desde então substituído, por várias vezes, pelo atual ocupante do cargo, Paul Bostaph), os Slayer são um dos grupos que compõem os “Quatro Grandes” do thrash metal, a par de Metallica, Anthrax e Megadeth.

A carreira fica marcada por discos como “Reign in Blood”, “South of Heaven” e “Seasons in the Abyss”, mas também por várias polémicas devido aos conteúdos das letras e da estética utilizada pela banda de Los Angeles, com múltiplas referências a nazismo, satanismo e outros temas causadores de controvérsia.

O grupo chegou a ser acusado de simpatia com o nazismo pelo tema "Angel of Death", que fala de experiências humanas num campo de concentração. Os músicos negaram essa associação.

O tema "Jihad" também gerou debate, ao relatar os atentados de 11 de setembro de 2001 do ponto de vista dos membros da Al-Qaeda que os cometeram.

Uma das polémicas mais recentes chegou depois da publicação, há um ano, na conta de Instagram do grupo, de uma fotografia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece a fazer o símbolo dos chifres com as mãos, com os membros da banda por trás.

As críticas multiplicaram-se, levando Tom Araya a assumir a responsabilidade pela publicação e a classificar de “flocos de neve” os que a criticaram, embora os Slayer tenha emitido um comunicado posteriormente a distanciar-se da fotografia, realçando que nunca apoiou um candidato político e que pretendia manter as coisas dessa forma.

Em 2015, a banda editou aquele que deverá ser o seu último álbum, "Repentless".