O resultado foi o sucesso "Rapper's Delight", de 1979, canção considerada o início comercial de uma era inesquecível na música.

"Nunca pensei que atingiria essas proporções", disse Grandmaster Caz, um ícone do hip-hop que escreveu partes de "Rapper's Delight". A canção tornou-se numa sensação global, vendendo milhões de cópias.

Para marcar o aniversário do hip-hop, um museu "pop-up" foi estabelecido na capital dos Estados Unidos.

"Gravar foi a coisa mais inteligente que aconteceu ao hip-hop", disse à AFP um dos três rappers dos Sugarhill, Master Gee, na noite da inauguração do museu do hip-hop, que conta com mais de 500 peças autografadas.

"Comercialmente, somos os primeiros do nosso género", disse Master Gee.

Antes disso concentrados nas performances ao vivo no bairro do Bronx, o hip-hop e o rap são agora os estilos mais influentes na música contemporânea da atualidade.

No início, fazer música não era necessariamente o objetivo final de Master Gee. "Eu só queria conseguir um encontro", disse.

O pioneiro do rap, hoje com 57 anos, estava no último ano da escola secundária quando começou a atuar em festas do seu bairro.

Naquela época, o hip-hop era um movimento cultural incipiente que girava em torno de quatro elementos: dança, grafitti, vozes e o controlo do gira-discos.

Os MCs - abreviação de "Masters of Ceremony" - estavam no palco principalmente para apoiar os DJs. Mas acabaram por se tornar as verdadeiras estrelas do género.

O hip-hop pegou em algumas deixas musicais do disco e do funk. O rap do início e o hip-hop focavam-se nos princípios de "paz, amor, unidade e diversão", um cocktail que misturava uma atmosfera festiva com um meio utilizado pelos negros para se expressar. "É uma libertação, uma expressão pessoal", disse Grandmaster Caz.

Consciência social

Na inauguração do museu em Washington, Grandmaster Caz e os Sugarhill Gang deram um concerto da "velha guarda" com outro pioneiro do hip-hop, Melle Mel.

Como parte do grupo pioneiro Grandmaster Flash and the Furious Five, Melle Mel coescreveu outro pilar do género: "The Message".

Lançada em 1982, foi a primeira canção de rap gravada que descreveu a vida nos guetos, abordando questões socioeconómicas como a pobreza.

O álbum foi um sucesso e em 2007 os membros do grupo tornaram-se os primeiros artistas do rap a ser incluídos no Rock and Roll Hall of Fame.

Embora o hip-hop de hoje seja bastante diferente de como era no início, os seus "pais" estão otimistas sobre o seu futuro.

"Não se pode parar o que não se pode parar e não se pode matar o que não se pode matar", disse Master Gee. "E isso é o hip-hop".