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A “Obra poética” de David Mourão-Ferreira vai ser reeditada numa versão revista e aumentada, para assinalar os 95 anos de nascimento do escritor, estando ainda previstas reedições de “Gaivotas Em Terra”, “Os Amantes” e “Um Amor Feliz”.
Na próxima quinta-feira, completam-se 95 anos sobre o dia do nascimento de David Mourão-Ferreira, data que justifica uma nova edição da “Obra Poética”, pela Assírio & Alvim, que chegará às livrarias em março, segundo informação da editora, divulgada pelo filho do escritor.
Em 2019, a “Obra Poética” de David Mourão-Ferreira teve uma nova edição, dirigida e anotada por Luis Manuel Gaspar e publicada pela Assírio & Alvim, que passou a integrar três livros do autor, dos anos de 1990: “Lisboa, Luzes e Sombras”, “Música de Cama” e “Rime Petrose”.
“O facto de se encontrar agora esgotada suscita, sempre com a orientação de Luis Manuel Gaspar, uma segunda edição revista e aumentada nos textos de apoio, nomeadamente na cronologia”, adianta.
Ainda este ano, está prevista também a reedição das recolhas de ficção “Gaivotas Em Terra” e “Os Amantes” e do romance “Um Amor Feliz”.
Poeta, ficcionista, ensaísta e professor, David Mourão-Ferreira nasceu em Lisboa, em 24 de fevereiro de 1927.
Depois de frequentar o ensino público, de ter aulas privadas com um professor oposicionista e de alguns anos no Colégio Moderno, David Mourão-Ferreira frequentou a Faculdade de Letras, onde se licenciou em Românicas, e onde viria a ser professor durante grande parte da sua vida. Concluiu o curso de Românicas, mas nunca apresentou tese.
A relevância do seu trabalho levou a Universidade, e também alunos de várias gerações, a atribuir-lhe a categoria de Professor Extraordinário, desde 1957 até 1996, ano em que morreu.
Entre o verão de 1974 e o verão de 1975, dirigiu o vespertino A Capital. Foi secretário de Estado da Cultura em governos de Pinheiro de Azevedo, Mário Soares e Mota Pinto, mas afirmou não guardar boas memórias da experiência.
Esteve na Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de 1981, onde foi responsável pelo serviço de bibliotecas fixas e itinerantes e depois diretor da revista Colóquio Letras.
O primeiro livro de poemas de David Mourão-Ferreira, “A Secreta Viagem”, foi publicado em 1950, a ele se seguindo 16 outros, quase todos publicados autonomamente.
Foi, com Pedro Homem de Mello e Luiz de Macedo, um dos primeiros 'poetas dos livros' a escrever expressamente para Amália Rodrigues, cantora que deu voz a textos como “Primavera”, “Barco Negro”, “Abandono” e “Maria Lisboa”.
As letras que escreveu e os seus poemas continuam ainda hoje a ser cantados, nomeadamente pelo fadista Camané, que já gravou 11 textos seus.
David Mourão-Ferreira escreveu também três peças de teatro, mas só publicou uma delas, “O Irmão”. No campo da ficção publicou quatro recolhas de contos e novelas e o romance “Um Amor Feliz”.
Mais extensa é a sua obra no campo do ensaio e da crítica literária: 16 volumes, além de diversos ensaios publicados em separado, a tradução de poesia (de autores que vão de Racine a Paul Valery, de William Blake, a James Joyce e Dylan Thomas), a organização de antologias e numerosas conferências. Tem livros publicados em sete línguas.
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