Situada no Quarteirão da Real Vinícola, onde também está instalada a Casa da Arquitetura, a “nova casa” da orquestra, que desde 2005 funcionava na Casa da Música, no Porto, tem 700 metros quadrados e integra o Centro de Alto Rendimento Artístico (CARA), estúdio de gravação, salas de ensaio e espaços de apoio que constituem um centro de trabalho e investigação inovador, onde se vão explorar, testar e desenvolver novas formas do uso da tecnologia na promoção da excelência musical e desenvolvimento de novos paradigmas na educação musical.

“É um sonho concretizado, algo que ambicionávamos há muito, já tínhamos perguntado à Câmara Municipal de Matosinhos se nos arranjava um sítio para gravar e ensaiar e, depois, cedeu-nos este espaço na Real Vinícola que é absolutamente incrível, e tem condições únicas e fantásticas”, disse hoje à agência Lusa o diretor musical da OJM, Pedro Guedes.

A nova sede permitiu à orquestra expandir o seu “âmbito e área de ação”, estabelecendo já protocolos com a Universidade do Porto, Instituto Politécnico do Porto e Escola Superior de Educação, revelou.

“Achamos que parte do futuro das artes terá a ver com novas tecnologias. Como tal, queremos estar na vanguarda à procura de novas formas de divulgar e fazer arte, e tudo isso acontece por termos este novo espaço”, explicou.

O diretor musical adiantou que a orquestra promove “continuamente” a criação, investigação, divulgação e formação na área do jazz, cruzando a ambição internacional com o sentido de responsabilidade local.

Dizendo não ser só uma orquestra que toca música e que procura melhorar a sua 'performance' musical e artística, Pedro Guedes referiu que o novo local é um “espaço aberto à comunidade”, possibilitando ao serviço educativo receber ali as escolas do concelho e acolher a Orquestra de Famílias de Matosinhos, projeto musical aberto a todos com “mais ou menos conhecimentos” musicais.

O objetivo é promover o diálogo entre arte, ciência e tecnologia, designadamente através de projetos multidisciplinares que visem a investigação e desenvolvimento de soluções para a criação, fruição e disseminação de conteúdos criativos.

“É quase como se fosse um bloco operatório onde queremos fazer experiências, estudar, gravar e ter a liberdade de criar, mesmo sabendo que nem sempre tudo sairá bem”, frisou.

O diretor musical salientou que o espaço é a nova plataforma da orquestra, recentemente distinguida pelo primeiro-ministro, António Costa, com a Medalha de Mérito Cultural, onde vai, no futuro, construir coisas novas.

Este espaço reúne “todas as condições” para garantir o crescimento da orquestra, entendeu.

A inauguração da sede tem um programa de dois dias, tendo na sexta-feira um concerto da orquestra com repertório original, que começa pelas 22:00, e, no sábado, um período de visitas gratuitas, entre as 15:00 e 18:00, e, à noite, um concerto da OJM com o artista Manel Cruz.

As atividades previstas na programação são gratuitas e de entrada livre.