Na coleção “Suite Vollard”, que vai ficar patente no Porto até dia próximo dia 11 de setembro, o “público vai poder ver o prelúdio de 'Guernica'”, a obra mais conhecida do artista Pablo Picasso, explicou hoje aos jornalistas a curadora da exposição Leyre Bozal Chamorro, da fundação Mapfre, entidade detentora da coleção que já foi exposta em Cascais pela Fundação D. Luís I, em 1997.

A exposição “Suite Vollard” é dividida em sete secções diferentes e arranca com a secção intitulada “Tema Livre”, onde se podem ver 27 gravuras de temas diversos, mas cujo destaque foi para o desenho “Mulher Torreira” (1934), que a curadora da exposição salientou como uma obra com “misto de cubismo e de expressionismo” que traduz um “estilo Picasso”.

Percorrendo a exposição, sonorizada com música que Picasso ouviria na altura da elaboração, designadamente flamenco, encontra-se a secção “O Atelier do escultor” com 46 gravuras e onde se pode encontrar o “conflito de Pablo Picasso” e a relação “escultor/pintor” e deste “com a modelo”.

“A Batalha do Amor”, “Rembrandt”, “O Minotauro”, “O Minotauro Cego” e “Ambroise Vollard” são as restantes secções incluídas na mostra.

A subida ao poder em Espanha de Franco era uma grande preocupação para Picasso e isso pode ver-se no desenho “Minotauro vencido” (1933), destacou também a curadora Leyre Bozal Chamorro.

“É importante termos conteúdo e termos atividades culturais” no Porto, acrescentou o presidente executivo da Taylor’s, Adrian Bridge, frisando a importância da “oportunidade” de ter a “Suite Vollard” na cidade, porque vai permitir aos visitantes “fazer uma viagem” a uma década “complexa mundialmente” e “turbulenta”, abarcando a altura da Guerra Civil espanhola (1936-39).

A “Suite Vollard” foi uma encomenda feita a Picasso pelo negociante de arte e editor Ambroise Vollard e o artista fez 100 gravuras entre 13 de setembro de 1930 e março de 1937.

A exposição surgiu “em 1939 em dois formatos diferentes, um grande (760 x 500 mm) em papel vitela assinado pelo artista com lápis vermelho ou preto, com 50 cópias por placa, e outro mais pequeno (445 x 340 mm), em papel vergê de Montval, com a marca d'água ‘Vollard’ ou ‘Picasso’ em 250 cópias”.

Esta exposição vai ser a primeira de um “casamento” para os próximos “cinco anos” entre a Taylor's e a Santa Casa da Misericódia, referindo que estão a trabalhar em parceria para trazer em 2020 uma exposição sobre o escultor suíço Alberto Giacometti com fotografias do realizador e fotógrafo alemão Peter Lindbergh.