Em declarações à agência Lusa, Emanuel Rodrigues, produtor e encenador da peça, desenvolvida no âmbito do Projeto Solidão, explicou que este visa alertar para problemas graves: “a solidão e o isolamento”.

“O projeto surgiu da necessidade de tentarmos perceber e combater a solidão e o isolamento, colocando questões e, através da arte, suscitar a discussão e reflexão sobre o problema, que é um problema muito grave”, salientou.

O Projeto Solidão, nascido em novembro de 2020, resulta de uma parceria com a Associação Coração Amarelo, sendo o “principal produto” a peça “Para não morrer assim, à vista de um sol assim”.

Segundo Emanuel Rodrigues, a peça foi construída tendo por base factos, relatos e informações sobre a problemática da solidão, nomeadamente, “a partir de números, do dia-a-dia dos que ficam sós, das razões e das circunstâncias em que se encontram”.

“No projeto abordamos o problema da solidão como um todo, mas, no espetáculo que vamos estrear, o foco é a solidão geriátrica”, esclareceu.

A peça, que é um monólogo, conta a vida de uma mulher, já viúva, recém-reformada, apenas com um filho.

“O espetáculo começa com a mulher a chegar a casa depois de uma festa de despedida do trabalho, porque se reformou. A partir daí, percebemos o que acontece a esta mulher com o passar do tempo”, disse, acrescentando que a peça decorre ao longo das quatro estações do ano.

“Com o passar do tempo, um dos grandes objetivos desta mulher é ouvir alguém dizer o seu nome, uma vez que as pessoas vão deixando de telefonar e o próprio filho de aparecer. Há um momento em que ela se socorre de uma lista telefónica só para desejar bom dia a quem está do outro lado da linha”, esclareceu.

“Para não morrer assim, à vista de um sol assim”, que conta com o apoio à produção da Apuro – Associação Cultural e Filantrópica, estreia-se no dia 7 de maio, pelas 19h30, no Macaréu – Associação Cultural, no Porto.

No sábado seguinte, a peça é exibida pelas 19h30 e, no domingo, pelas 16h00, sendo o preço do bilhete de 7,50 euros.

Segundo Emanuel Rodrigues, depois destas apresentações presenciais, o espetáculo também vai ser exibido ‘online’, nos dias 21 e 22 de maio, pelas 21h30.

“Para não morrer assim, à vista de um sol assim” tem interpretação de Helena Freitas, cenografia de Natércia Franco, figurino de Megan Sharkey, desenho de luz de Rui Azevedo, vídeo de Hugo Valter Moutinho, e conta com apoio à construção cenográfica de David Santos, Bruno Vale e Virgínia Rodrigues

A reserva de bilhetes pode ser feita pelo endereço solidaoprojecto@gmail.com. A lotação é limitada a 20 lugares, segundo as normas impostas pela Direção-Geral da Saúde.

Além da peça, o Projeto Solidão conta com várias atividades, tais como o trabalho com crianças, de forma a perceber “o seu entendimento sobre a solidão”, e com as assistentes sociais e delegações da Associação Coração Amarelo, no âmbito da solidão geriátrica.

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