Um texto sobre imigrantes, equipas de salvamento, e organismos que atraem ou repelem imigrantes são temas a abordar na peça, acrescentou Rodrigo Aleixo.

As companhias Teatro Gìria e Experimental de Cascais (TEC) estreiam, dia 18, um texto sobre as migrações de Walt Whitman, numa peça que pretender trazer para o público todos os perigos inerentes a todos que os queiram ignorar , referiu Rodrigo Aleixo à Lusa.

Acrescentou que o título do filme vem precisamente na procura de serem livres “que é o desejo comum a qualquer imigrante”.

Acrescentou que a ideia de “conceber este espetáculo teve uma grande coincidência com o facto de um português ter participado no resgate de imigrantes do mediterrâneo, uma experiência que também será posta em palco, referiu.

A peça começou a ser concebida há perto de um ano quando o Teatro Gíria convidou Miguel Graça para escrever uma peça sobre a crise migratória no Mediterrâneo, acrescentou Rodrigo Aleixo.

Acrescentou que, ao longo desse tempo, Miguel Graça teve a oportunidade de investigar os eventos que começaram a ter eco na comunicação social sobretudo a partir de 2013, com o naufrágio de Lampedusa onde cerca de trezentas pessoas perderam a vida, mas também de entrevistar várias pessoas, refugiados, migrantes e voluntários que tiveram contacto direto com a realidade.

“Fizemos um trabalho de investigação de cerca de um ano e cinco meses em que o Miguel Graça entrevistou muitos voluntários, pessoas refugiadas, famílias voluntários de acolhimento entre outros”, disse Rodrigo Aleixo à Lusa, acrescentando terem conversado com várias pessoas e depois concebido uma história de ficção documental baseada nos depoimentos verídicos

“Free” é o resultado teatral desse trabalho, uma ficção-documental que acompanha o trajeto de várias personagens e de várias pessoas que representam, de certa maneira, o melhor e o pior de todos nós, ao mesmo tempo que tenta refletir sobre as nossas ações, sobre o tempo, sobre o amor e sobre a nossa posição no nosso país, no mundo e no universo, frisou.

Já a atriz Bárbara Branco, que integra o elenco da peça, sublinhou a forma muitas vezes egoísta com que lidamos com os migrantes e com todos os assuntos relacionados com a migração”. “Um tema muito duro, muito difícil, mas também muito atual, muito pertinente, e que é, realmente, um murro no estômago".

Em cena no TEC até 28 de maio, com récitas de terça-feira a sábado, às 21h00, e, ao domingo, às 16h00, “Free” tem interpretação de Bárbara Branco, Daryab Rasoli, Francisco Monteiro Lopes, João Gaspar, Mário Coelho, Manuela Couto, Patrícia Fonseca e Rivânia Saraiva.

A assistir na encenação está Pedro Caeiro, a cenografia é de José Manuel Castanheira, os figurinos de Fernando Alvarez, o desenho de luz de Pedro Guimarães e como percussionista estará Miguel Sobral Curado.