O ciclo "Julho é de Jazz" leva ao espaço bracarense um total de quatro concertos em três noites, que começam pelas 22:00, com The Bad Plus, no dia 12 de julho, Pulverize the Sound, no dia 13, e o quarteto de Bruno Pernadas, a abrir a noite destinada à música portuguesa, no dia 14, seguidos de The Rite of Trio.
Em 2010, o trompetista juntou-se ao baixista Tim Dahl e ao percussionista Mike Pride para fundar a cooperativa Pulverize the Sound, que sobe ao palco no segundo dia do ciclo, com os três nomes ativos na cena musical de Nova Iorque a combinarem as muitas influências e estilos experimentados numa atitude assente na improvisação e fluidez de estilos.
Em comunicado, o Gnration destaca Peter Evans como “um dos grandes virtuosos do trompete da atualidade”, e “uma referência mundial no jazz improvisado e na música ‘avant garde’”, além das colaborações com Peter Brötzmann, músico que já tocou no mesmo ciclo do espaço, com John Zorn ou Evan Parker.
Evans notorizou-se como intérprete em grupos como Mostly Other People Do the Killing, a interpretar Bach como solista no trompete, ou ainda a liderar um quarteto, com quem gravou um disco ao vivo em Lisboa, em 2010, editado pela Clean Feed.
Dahl viaja entre vários géneros e projetos, associando-se à banda de ‘noise’ Child Abuse ou aos Retrovirus, de Lydia Lunch, enquanto Pride é conhecido pela colaboração com Anthony Braxton e projetos como os From Bacteria to Boys ou Millions of Dead Cops.
O concerto dos Pulverize the Sound assenta, assim, na mistura de composições e outros arranjos dos trajetos dos três músicos, refletindo a natureza de forte componente de improvisação patente na carreira do trio.
No dia 14, pelas 14:00, Evans vai ainda orientar uma ‘masterclasse’ “aberta a todo o tipo de instrumentalistas e compositores”, na qual “focará a importância da improvisação como método de composição”.
Formado em 2000 por Reid Anderson (contrabaixo), Ethan Iverson (piano) e Dave King (percussão), o trio The Bad Plus já editou mais de dez discos e tornou-se uma referência do jazz ‘avant garde’, num estilo que combina influências do ‘pop’ e ‘rock’.
O grupo de Minneapolis vai apresentar em Braga o disco “Never Stop II”, lançado já este ano, sendo o primeiro registo de estúdio sem o fundador Iverson, que saiu do grupo em 2017, sendo substituído pelo pianista Orrin Evans.
O multi-instrumentalista Bruno Pernadas lidera um ‘ensemble’ no Gnration, na abertura da noite portuguesa, antes de André Bastos Silva (guitarra), Filipe Louro (contrabaixo) e Pedro Melo Alves (bateria), músicos que compõem os The Rite of Trio, encerrarem o ciclo.
Formado em 2012, no Porto, o grupo aborda o jazz a partir de um género que autointitularam de 'jambacore', no qual exploram as ligações do género ao rock e à música progressiva e experimental.
O disco “Getting All the Evil of the Piston Collar”, lançado em dezembro de 2015 pelo Porta-Jazz, foi considerado um dos melhores do ano do género em Portugal, pela Jazz.pt, além de ter recebido boas críticas em várias revistas especializadas, como a All About Jazz ou La habitación del jazz.
À margem dos concertos, o Gnration acolhe ainda uma instalação musical interativa, “My Jazz Band”, da autoria de Rui Dias, que permite ao público “tocar como uma banda virtual de jazz, utilizando para isso um interface gráfico num ecrã multitoque”, pode ler-se no comunicado do espaço bracarense.
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