Na semana passada, a Academia Sueca já tinha anunciado que Bob Dylan não poderia estar presente na cerimónia de entrega dos Prémios Nobel deste ano, a 10 de dezembro, na capital sueca. No entanto, o norte-americano vai dar uma palestra a propósito dos prémios em Estocolmo em 2017, assim como um concerto, revelou entretanto a Academia Sueca.
"Ele gostaria de poder receber o prémio pessoalmente, mas outros compromissos tornam isso impossível, infelizmente. Ele ressaltou que se sente extremamente honrado por este prémio Nobel", escreveu a Academia num comunicado.
Depois de duas semanas de silêncio, Bob Dylan falou pela primeira vez sobre o Nobel de Literatura no final de outubro, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph e num comunicado divulgado pela Academia sueca.
Segundo a Academia, Dylan entrou em contacto com os responsáveis pela atribuição do prémio. "Se eu aceito o prémio? Claro", frisou o músico. "A notícia sobre o Prémio Nobel deixou-me sem palavras. Agradeço muito por essa homenagem", disse o cantautor a Sara Danius, Secretária Permanente da Academia Sueca.
Na entrevista à jornalista Edna Gunderson, o músico confessou ter-se divertido com a polémica em torno da atribuição do prémio. Já sobre as tentativas de contacto por parte da Academia, o Nobel respondeu com humor: “Bem, eu estou aqui".
Dylan diz que, apesar das críticas, se sente confortável com o Nobel da Literatura. "Penso que sim, de certa forma. Algumas canções - “Blind Willie”, “The Ballad of Hollis Brown”, “Joey”, “A Hard Rain”, “Hurricane” e algumas outras - são, definitivamente, homéricas", sublinha.
O prémio Nobel da Literatura 2016 foi atribuído a Bob Dylan "por ter criado novas expressões poéticas na tradição da canção americana", anunciou a secretária-geral da Academia, Sara Danius.
Numa curta entrevista após anunciar o laureado, a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, explicou que Bob Dylan mereceu o prémio por ser "um grande poeta na grande tradição poética inglesa". "Ele encarna essa tradição", disse a responsável, lembrando que há 54 anos que o cantor, poeta e compositor se reinventa, criando novas identidades.
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