O projeto "tem por objetivo potenciar o espírito colaborativo de três jovens compositores, no processo de criação musical, proporcionando-lhes experiências de trabalho em contexto profissional, que cruzam a criação musical com outras expressões artísticas", adianta o comunicado do TNSC.

Este ano, entre os três compositores está, pela primeira vez, um não português, o moçambicano Estêvão Chissano, do Projeto Xiquitsi, que se junta a Inês Madeira Lopes, da Escola Superior de Música de Lisboa, e a Carlos Lopes, da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), do Porto.

A participação de Estêvão Chissano "está integrada na estratégia dos Estúdios Victor Cordon e resulta de uma parceria com o Instituto Camões-Centro Cultural Português de Maputo", segundo o TNSC.

"O trabalho desenvolvido pelos compositores ao longo de três semanas", nos meses de janeiro, março e maio, nos Estúdios Victor Cordon, em Lisboa, "com diferentes enfoques e cruzamentos artísticos, resultará num espetáculo no São Luiz Teatro Municipal", nos dias 10 e 11 de julho.

A apresentação ao público é mais uma componente do programa, ao adicionar o processo criativo à experimentação em palco.

Estevão Chissano nasceu em 1994, na província de Gaza, no sul de Moçambique, indica a biografia divulgada pelo TNSC.

É estudante de Geologia na Universidade Eduardo Mondlane e de Música, no Xiquitsi, um projeto sem fins lucrativos de inserção social, através do ensino coletivo de música, fundado pela oboísta moçambicana Eldevina Materula, atual ministra da Cultura e Turismo de Moçambique, que fez parte da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.

Chissano estudou composição no mesmo projeto, entre 2015 e 2018, sob orientação dos portugueses Daniel Moreira e Filipe Fernandes.

No início da ano passado foi contemplado com uma Bolsa do Programa ProCultura, para participar numa Residência Artística na Escola Superior de Música de Lisboa, onde foi aluno de Carlos Marecos, Luís Tinoco, Sérgio Azevedo, Carlos Caires, Jaime Reis e Roberto Pérez.

As suas obras, tanto originais assim como arranjos, têm feito parte do programa da Temporada de Música Clássica em Maputo e já foram tocadas no Japão, Reino Unido e Brasil.

Carlos Lopes é natural de Guimarães, e iniciou os seus estudos musicais aos seis anos. Em 2017, licenciou-se em Piano na ESMAE, com o professor Constantin Sandu. No ano passado, terminou a Licenciatura em Composição, na mesma escola, sob orientação de Pedro Santos, Dimitrios Andrikopoulos e Carlos Azevedo.

Em 2018 fico em 2.º lugar no 11.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim, e foi selecionado para participar no 'workshop' "Composing for Voices", promovido pela European Network of Opera Academies (ENOA), onde foi orientado por Luís Tinoco.

Em 2019, no âmbito deste 'workshop', foi estreada a sua obra "5 Variações do Desassossego". No mesmo ano, no âmbito do IV Encontro Internacional de Piano Contemporâneo, foi estreada a sua peça "[1n^s]", para piano, 'toy piano' e eletrónica.

No ano passado, no âmbito do Prémio Jovens Músicos Antena 2/RTP, foi-lhe encomendada a obra "Clepsydra"

Carlos Lopes é Jovem Compositor Residente 2021, na Casa da Música, no Porto.

Inês Madeira Lopes masceu em Setúbal, em 1999, e iniciou o seu percurso musical no Conservatório Regional desta cidade.

Atualmente, está a terminar a licenciatura em Composição, na Escola Superior de Música de Lisboa, com Carlos Caires, tendo estudado também com João Madureira, António Pinho Vargas e Luís Tinoco.

A jovem compositora participou em 'masterclasses' e conferências com Kaija Saariaho, Thomas Adès, Jaime Reis, John Chowning, Mario Mary, entre outros.

Com a bailarina Michele Luceac criou "Jano" para o projeto de investigação "Música para espaço específico", e compôs "Primeira sensação de um lugar", para guitarra solo, uma encomenda do Festival de Música de Setúbal, para a inauguração da exposição "Lanzarote, a janela de Saramago" de João Francisco Vilhena.

Compôs a peça "Reminiscências", para a 34.ª edição do Prémio Jovens Músicos e, em parceria com a compositora Sara Marita, para o projeto "Vozes abafadas e instrumentos distantes", numa encomenda para a "Festa dos Anos de Álvaro de Campos", iniciativa da Câmara de Tavira, no ano passado. Álvaro de Campos é um dos heterónimos de Fernando Pessoa (1888-1935).

Segundo a biografia de Pessoa o seu heterónimo, criado em 1915, Álvaro de Campos nasceu a 15 de outubro de 1890 em Tavira, no Algarve, e estudou Engenharia Naval, na Escócia.

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