Raul Brandão, nascido no Porto a 12 de março de 1867, foi um jornalista e escritor que ficou conhecido por obras como “Húmus”, “Os Pobres”, “A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore” ou “Os Pescadores”.

Para assinalar o aniversário do seu nascimento, a editora Ponto de Fuga vai publicar no dia 7 de abril “O pobre de pedir”, último livro que Raul Brandão escreveu e que há mais de 30 anos que não era editado.

Este livro, publicado postumamente, revela um “escritor assombrado pela ideia da morte” e em que o autor, através da ficção, “faz um balanço da sua vida”, explicou à Lusa Vladimiro Nunes, editor da Ponto de Fuga.

“Raul Brandão estava muito doente desde 1923. Sabia que a qualquer momento podia morrer e isso ficou muito presente na obra dele”, acrescentou.

O livro inclui ainda a reprodução de alguns manuscritos do escritor, um texto de enquadramento dos seus últimos meses de vida e um prefácio de João de Melo.

Pela editora E-Primatur, sairá em maio um livro de Raul Brandão proposto pelo investigador literário Vasco Rosa.

“A Vida e o Sonho - Inéditos, Antologia e Guia de Leitura - Edição do 150.º Aniversário” é um livro organizado por Vasco Rosa, que além de textos nunca antes publicados, inclui uma introdução biográfica e de contexto ao autor e à obra, bem como um guia de leitura.

Segundo Hugo Xavier, editor da E-Primatur, o livro é “uma grande antologia de Raul Brandão, que cobre toda a produção dele, desde a área jornalística à de escritor”.

Além dos inéditos, incluem-se “alguns textos publicados na imprensa da altura e que nunca tinham sido reunidos em livro, como notícias, crónicas e outros textos jornalísticos”, acrescentou.

No dia 24 de março, a Quetzal vai lançar “Memórias” de Raúl Brandão.

“Publicadas originalmente em três volumes, as 'Memórias' de Raul Brandão constituem um dos exemplos maiores da nossa literatura memorialística”, refere a editora.

No âmbito das celebrações dos 150 anos do escritor, está a decorrer desde a passada semana, em Guimarães, a segunda edição do festival literário Húmus, que termina no domingo.

Nesse âmbito têm sido levados aos palcos de Guimarães os nove textos da obra teatral de Raul Brandão, numa iniciativa do Teatro Oficina em parceria com o festival literário Húmus.

Além do teatro, as celebrações incluem sessões de cinema e leituras sobre o autor.

Raul Brandão é considerado pelos especialistas como um dos maiores escritores portugueses, embora pouco lido.

Segundo os especialistas em literatura Fernando Pinto do Amaral e Helder Macedo, Raul Brandão foi “um dos escritores de vanguarda” portugueses, que ficaram ensombrados pela presença de Fernando Pessoa no panorama literário da época.