Num texto publicado no site da revista, intitulado "Começar Outra Vez", o diretor Miguel Cadete explica que "a aposta incidirá, de ora em diante, nos conteúdos produzidos para as plataformas digitais e em suportes audiovisuais - é aí que se encontra a esmagadora maioria dos nossos leitores e é aí que estaremos". Mas promete: "o papel não acabará: estão previstas pelo menos três edições especiais nesse suporte durante 2018".

A edição da revista que vai chegar às bancas na próxima quarta-feira, 20 de dezembro, vai abrir "uma nova etapa para a Blitz", que nasceu em 1984 em formato de jornal. "As edições em papel da BLITZ não desaparecerão. Terão, porém, lugar em números especiais, destinados a celebrar certas datas, ocasiões e efemérides e não de uma forma regular, como desde 1984 tem sucedido (está prevista para 2018 a publicação de pelo menos três edições desse calibre). O exemplar que o leitor tem em mãos marca por isso um ponto de viragem, sendo o último de uma já longa série de revistas que temos vindo a publicar desde junho de 2006, quando, também com alguma ousadia, trocámos a edição semanal do jornal por uma revista de periodicidade mensal", explica Miguel Cadete.

O diretor da revista avança ainda que  estão a ser preparadas "muitas novidades, sobretudo em vídeo".

"Sem o Zé Pedro não estaríamos, muito provavelmente, aqui"

No texto, o  diretor da publicação avança ainda que "o último número da revista em papel é também uma homenagem a Zé Pedro dos Xutos & Pontapés". "Zé Pedro, contudo, foi um dos melhores de sempre. Sem ele, que regularmente colaborava com a Blitz não estaríamos, muito provavelmente, aqui. Foi por ter aberto os caminhos que permitiram a divulgação e popularização da música rock em Portugal, desde o final da década de 70, que – anos mais tarde – foi fundada a Blitz. O seu legado permanecerá. E, tal como diz a nossa assinatura, continuaremos fiéis à melhor música. Desde 1984. Como sempre", frisa.

Os rumores do fim da revista surgiram no Twitter.

"De acordo com o reposicionamento estratégico do Grupo Impresa na contínua aposta em conteúdos digitais, a revista Blitz, no formato que hoje conhecemos será descontinuada, assumindo uma estratégia assente no digital e nos formatos audiovisuais", explicou o grupo no comunicado enviado aos assinantes da revista.

A Blitz nasceu em forma de jornal em novembro de 1984. Em 2006, a publicação especializada em música e cultura pop foi convertida a revista, complementada com um site. Durante vários anos, foi o único jornal dedicado à música publicado semanalmente em Portugal.

Manuel Falcão, Rui Monteiro, Cândida Teresa, João Afonso, António Pires, António Sérgio, Luís Peixoto, Luís Pinheiro de Almeida, Luís Vitta, Manuel Cadafaz de Matos, Quico Serrano, Ana Cristina Ferrão, Rui Neves, ou Rui Pêgo, e fotografia de Alfredo Cunha e Luís Vasconcelos foram alguns dos nomes que estiveram ligados ao nascimento da revista.

Em setembro, a Impresa, dona da SIC, Expresso e Visão, confirmou haver interessados na compra de revistas do grupo, depois de ter iniciado um processo formal de avaliação das suas publicações para apostar no audiovisual e digital.

A Impresa Publishing detém os títulos Activa, Blitz, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Telenovelas, TV Mais, Visão, Visão História, Visão Júnior e Expresso.