O júri realçou "a elevada qualidade estética" do romance de Afonso Cruz, lê-se na ata, à qual a Lusa teve acesso.

O mesmo documento destaca também "o domínio da linguagem de ficção, a capacidade de construção de uma história e das suas personagens, sabendo lidar com a introdução do aleatório numa estrutura bem montada".

O júri salientou ainda o "registo lírico de apreensão do real" da narrativa de Afonso Cruz, na qual o escritor alia "a cultura clássica a referências correntes - através de uma assinalável compreensão do quotidiano e da sua riqueza multifacetada".

O júri desta edição foi presidido por Guilherme d'Oliveira Martins, e foi ainda constituído por José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol, que organiza e patrocina o prémio.

Nesta 19.ª edição o júri "reconheceu ter sido um ano literário de excecional qualidade, tendo selecionado ainda, com muito apreço, os romances concorrentes" de João Tordo, "O luto de Elias Gro", Inês Pedrosa, "Desamparo", Joel Neto, "Arquipélago", Julieta Monginho, "Os Filhos de K", Mário Cláudio, "Astronomia", e de Paulo Castilho, "O sonho português", segundo a mesma fonte.

Afonso Cruz, de 45 anos, além de escritor é também realizador de filmes de animação, ilustrador e músico.

Publicou o primeiro romance em 2008, "A carne de Deus: Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites", ao qual se seguiu, em 2009, "Enciclopédia da estória universal", que foi distinguido com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.

Em 2012, venceu o Prémio da União Europeia de Literatura com o livro "A Boneca de Kokoschka". Outros galardões que já recebeu foram o Prémio Autores da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em 2011 e 2014, e o Prémio Nacional de Ilustração, em 2014.

É também autor de "Os livros que devoraram o meu pai", distinguido com o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, e "A contradição humana", com o qual venceu o Prémio Autores SPA/RTP.

Em 2012 editou o romance "Jesus Cristo bebia cerveja", que foi distinguido com Prémio Time Out - Livro do Ano e eleito Melhor Livro, segundo escolha dos leitores do diário Público. Em 2013 publicou "Para onde vão os guarda-chuvas", com o qual recebeu o Prémio Autores/SPA na categoria Melhor Livro de Ficção.

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