Salvador Sobral partilhou nas redes sociais um novo vídeo e onde interpreta o tema "Landslide", dos Fleetwood Mac. "O Salvador está com saudades de dar música à malta", pode ler-se na descrição da publicação nas redes sociais.

Veja o vídeo:

Salvador Sobral deu nas últimas semanas as entrevistas depois de ter sido submetido a um transplante de coração em dezembro. O músico português teve alta hospitalar a 12 de janeiro.

Em conversa com a BBC, o artista de 28 anos frisou estar bem. "Felizmente, estou a recuperar bem, espero poder atuar até maio", disse o cantor, acrescentando que espera estar presente na edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção, em Lisboa.

Na entrevista, Salvador Sobral admitiu que a sua vida mudou completamente desde a vitória em Kiev, na Ucrânia. "Não vendia muitos discos antes e estava bem com isso, sabia que a música que fazia não vendia muito", lembrou o cantor, acrescentando que depois da Eurovisão tudo mudou.

"Gravei um álbum ao vivo e agora é o álbum mais vendido em Portugal. Um álbum de jazz que tem um solo de bateria de seis minutos. Para mim, essa é a maior conquista. Para este ano, estou a pensar num novo disco", contou.

À BBC, Salvador Sobral defendeu ainda que "Portugal está na moda". "Ganhámos o Euro, a Eurovisão, o turismo está a aumentar, a economia a crescer e até Madonna se mudou para cá. Portugal é o foco da Europa atualmente", disse o músico.

Depois de dar a Portugal a primeira vitória no festival, Salvador Sobral embarcou numa série de concertos de norte a sul do país. Pelo meio, já depois de ter ganhado o festival Eurovisão, o músico lançoua ainda o projeto Alexander Search, em parceria com o pianista Júlio Resende, em torno da poesia de um dos heterónimos de Fernando Pessoa.

O gosto pelo jazz e um modo inquieto de estar na música

Salvador Sobral nasceu em Lisboa, em 1989, ouvia música desde criança e, numa entrevista ao El País, recordou as viagens em família, as canções partilhadas com os pais, dos Beatles, dos Genesis, de Simon & Garfunkel e John Lennon, sobretudo clássicos dos anos de 1960/70, e as harmonias feitas com a irmã.

Festival da Can

O primeiro concurso de talentos surgiu na sua vida aos dez anos, um Bravo, Bravíssimo, na SIC, onde voltaria aos 18 anos, para o Ídolos. A experiência ficou para trás, dedicou-se a um curso de Psicologia e a um Erasmus em Maiorca. Para ganhar dinheiro, começou a cantar em bares. E foi aí que tudo mudou.

Descobriu Chet Baker, através de um guitarrista argentino com quem cantava: "Deslumbrou-me. Parecia uma angústia misturada com esperança, com melancolia, tudo numa só pessoa. Identifiquei-me totalmente com ele e com o seu estilo", disse na entrevista ao jornal espanhol El País, publicada no passado dia 16 abril.

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O curso de Psicologia deu lugar ao de Música, e Maiorca a Barcelona, onde, em 2014, começou a atuar com a banda Noko Woi, com quem atuou no festival Sonar. Um ano mais tarde seria uma voz na programação dos festivais Mexefest e, no seguinte, entraria no Cool Jazz.

Na altura tinha já publicado "Excuse me", o álbum de estreia que chegou às lojas em março de 2016, com uma sonoridade marcada pelo jazz e pela pop.

O disco resume os gostos do cantor, as suas referências, entre as composições escritas por si mesmo, com Leo Aldrey, às quais juntou versões de "Autumn in New York", de Vernon Duke, um 'standard' do jazz, ou "Nem eu", de Dorival Caymmi.

O disco inclui igualmente "I might just stay away", canção escrita por Luísa Sobral, inspirada na obra do trompetista Chet Baker, uma das principais referências do cantor.

Em "Excuse me", Salvador Sobral surge em quarteto, acompanhado por Júlio Resende (piano), que coproduziu o disco, André Rosinha (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria).

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