O Ateneu da Madre Deus, na zona oriental de Lisboa, será o palco para este sarau, que vai juntar os músicos Benjamim e Bruno Pernadas e os grupos Tape Junk, Real Combo Lisbonense, Julie and The Carjackers e You Can't Win, Charlie Brown (na foto).
"É uma festa, é uma maneira de celebrar o facto de fazermos coisas e de querer partilhá-las com o público", explicou à agência Lusa João Paulo Feliciano, editor, produtor, artista visual e fundador da Pataca Discos.
O sarau servirá para angariar verbas para a editora e, se correr bem, poderá ter novas edições no futuro. A ideia, segundo João Paulo Feliciano, é também chamar a atenção para a zona onde a Pataca Discos habita, perto do Ateneu da Madre Deus, e que está ainda por descobrir.
"É aqui que vivo e trabalho, é aqui o território da Pataca e esta zona - como quase toda a zona de Santa Apolónia até à Expo [Parque das Nações] - parece ainda uma coisa nebulosa para muita gente", disse.
Em cinco anos, a Pataca Discos editou cerca de uma dezena de discos - o primeiro foi "Dá", de Márcia Santos, em dezembro de 2010 -, um número que João Paulo Feliciano considera pequeno, mas proporcional a uma estrutura também ela pequena e "muito seletiva".
"Demoramos tempo e isto é feito ainda de forma mais artesanal. A Pataca Discos nasceu como uma extensão do meu trabalho artístico, editorial e na música. E é um projeto que tem também em atenção as qualidades humanas dos músicos. Acho que isso é um dos cimentos da Pataca, todos se conhecem e se relacionam", afirmou.
Os cerca de trinta músicos envolvidos na Pataca Discos já cruzaram trabalho entre vários projetos. João Correia é um dos fundadores dos Tape Junk e de Julie & The Carjackers e também faz parte dos They're Heading West. Bruno Pernadas tem trabalho a solo, nos Julie & The Carjackers e no Real Combo Lisbonense. Só para citar dois exemplos.
As vendas de discos são escassas e o panorama da música vive "uma transformação radical", mas João Paulo Feliciano sublinha que a ideia não é desistir. "Fazemos o que fazemos, não por razões económicas, mas porque temos qualquer coisa que queremos partilhar".
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