"Coração Ferido" é o novo single de Zé Amaro e José Malhoa, que se juntaram pela primeira vez para uma canção. Em conversa com o SAPO Mag, os músico revelam que a "ideia para o dueto já existia há muito tempo".
"A ideia já existia há muito tempo e o convite também. No entanto, alguém pegou na ideia, pegou na canção e convidou-nos. Foi o Alex Navarro, o Tony Lemos, que infelizmente nos deixou há pouco tempo, e o Marco Albuquerque. Depois fomos para estúdio e agradou-me logo a ideia porque é daquelas canções que entram e a gente sabe realmente que vai ser uma canção muito badalada", frisa Zé Amaro.
José Malhoa confessa ainda que está "muito feliz" com o resultado do trabalho. "Temos discos separados, cada um com o seu disco e isto foi um extra e em boa hora. Estou muito feliz porque encontrei um grande amigo e colega que canta muito bem. Esta canção combina bem com os dois e, portanto, é muito agradável cantar com o Zé Amaro. É um grande colega, não há aquelas coisas de vedetas, de 'eu canto melhor que tu'... estamos os dois ali a defender a mesma canção", sublinha o cantor.
"O que fica bonito é cada um apresentar à sua maneira, cantar à sua maneira. O Zé Amaro, certamente, sente a canção à sua maneira e eu a mesma coisa e é assim que saem os bons resultados. São dois estilos diferentes que se enquadram perfeitamente nesta canção, que pode ser um grande êxito", acrescenta o músico. "Esta canção é era COVID-19, já nasceu durante a pandemia. Mas é muito melhor que a COVID, felizmente. É muito bom quando se juntam dois cantores com certo nome e fazem estas canções. Devia haver mais gente a fazer o mesmo... nesta altura, temos de arranjar qualquer coisa para nos entreter e foi o que aconteceu", acrescenta José Malhoa.
Em conversa com o SAPO Mag, os músicos contam que a canção foi terminada depois do confinamento, lembrando que todos os seus concertos foram adiados ou reagendados para o próximo ano devido à pandemia. "Não temos nada para fazer. Só temos [programas de] televisão e canções para fazer. Gravei esta canção e tenho outras gravadas com outros colegas. Desde o confinamento, foi o que deu para fazer, além de cantar à varanda", sublinha José Malhoa.
"Isto deve-se ao país em que estamos, noutros países há público nos jogos de futebol e em Portugal não pode haver. Na música é a mesma coisa: para uns há público, para outros não há. O senhor Presidente, em vez de andar a dar beijinhos, devia apoiar mais a Cultura. Isto é cultura. Os pseudo-intelectuais pensam que o mercado é todo deles, mas é mentira. O mercado é de todos", defende o cantor. "Artistas de primeira, de segunda e de terceira? Não há, há artistas. Em Portugal, há uma rivalidade tremenda e o Estado não apoia... ou apoia só para alguns - para alguns há dinheiro, para outros não", acrescenta, lembrando que todos os profissionais do mundo do espetáculo estão a passar por grandes dificuldades.
Já Zé Amaro lembra ainda que ainda há "muitas dúvidas" em relação ao próximo ano. "Assim como o José e muitos colegas, tinha a agenda cheia este ano e temos a agenda cheia para o ano. Esperemos que existam medidas e que todos possam trabalhar, isso é o mais importante. Nós não vivemos sem a música e a música não vive sem os artistas. As pessoas gostam e precisam de música, precisam dos artistas. Queremos fazer os espetáculos, queremos é trabalhar", sublinha, acrescentando que, no próximo ano, espera poder apresentar o novo tema ao vivo: "Já lancei o convite ao meu amigo José Malhoa, vou estar no Bataclan, em Paris, a 24 de abril de 2021, e se ele poder estar presente será uma honra".
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