Ana Moura decidiu abandonar a editora Universal Music Portugal e a agência de espetáculos Sons em Trânsito. Em texto enviado ao SAPO Mag, a cantora frisa que quer continuar o seu caminho de forma independente e mais perto do seu público.

"Após muita reflexão, sinto neste momento uma necessidade de mudança para seguir um novo caminho que quero que seja mais directo entre mim e vocês e onde todos possam participar directamente em todos os aspetos da minha carreira", confessa a artista.

No texto, Ana Moura sublinha que quer estar mais perto do seu público através da tecnologia. "Eis o que vos proponho: a tecnologia tem permitido às pessoas ocuparem um papel central em várias áreas da sociedade. Por outro lado, tem contribuído para alargar as possibilidades de relacionamento dos artistas com o público através das redes sociais, das plataformas digitais e de tantas outras formas. Consequentemente, o público tem um papel muito mais activo na carreira dos artistas, tendo efeito directo e imediato, através das suas escolhas, nos seus percursos", lembra.

"Neste momento, sinto que é importante inovar nesta área, partilhando diferentes aspectos do meu processo criativo numa relação directa convosco através das redes e utilizando todos os meios que a internet e a tecnologia oferecem para nos aproximar, nomeadamente os NFT’s (Non-Fungible Token), um novo conceito de valorização do trabalho dos artistas através da tecnologia blockchain que me tem aberto inéditas oportunidades de expressão artística e de relacionamento com novos públicos", explica a cantora.

Ana Moura adianta ainda que irá editar a 30 de abril o single "Andorinhas", a primeira amostra do seu próximo álbum de originais.

Nas redes sociais, a Sons Em Trânsito recordou o percurso com Ana Moura - veja aqui o vídeo. "Este vídeo serve para homenagear a artista, para agradecer a colaboração de todos os profissionais que connosco partilharam este projecto, para celebrar um percurso incrível e todas as aventuras que vivemos ao lado da Ana ao longo destes 12 anos. Obrigado Ana, pelo sonho, pela inspiração e pela amizade", escreveu a agência.

Leia o texto de Ana Moura

A todos os que me têm acompanhado,

Canto desde que me lembro. E desde então tenho vivido na vossa companhia, sempre que vão aos meus concertos ou ouvem a minha música.

O que eu sempre mais quis e senti que podia fazer, dando algum contributo a este mundo, foi cantar, mas isso só foi possível porque, para além de todas as pessoas que me têm seguido, estive rodeada de imensa gente excepcional, infatigável, competente que acreditou em mim e que se disponibilizou para me acompanhar e ajudar a construir este sonho que tenho vivido. Que sorte ter tido todos estes excelentes profissionais e amigos comigo.

Não esqueço os meus editores, o meu manager e todas as pessoas que com eles trabalharam. Nunca os esquecerei!

Desde o início desta caminhada, a minha carreira tem sido gerida e trabalhada por entidades e pessoas que, de forma muito profissional e apaixonada, mediaram a minha relação com o público.

Após muita reflexão, sinto neste momento uma necessidade de mudança para seguir um novo caminho que quero que seja mais directo entre mim e vocês e onde todos possam participar directamente em todos os aspetos da minha carreira.

Eu canto porque é isso que me faz viver mas faço-o sempre numa partilha com quem me ouve. E comecei a sentir que o caminho mais natural seria envolver as pessoas que sentem a minha música como delas a participarem em todos os aspectos da minha actividade como nos direitos das músicas, nas digressões e em tudo o que está por vir, que sempre sonhei realizar e que agora posso concretizar, porque há um novo mundo digital que possibilita esta relação direta convosco.

E eis o que vos proponho:

A tecnologia tem permitido às pessoas ocuparem um papel central em várias áreas da sociedade. Por outro lado, tem contribuído para alargar as possibilidades de relacionamento dos artistas com o público através das redes sociais, das plataformas digitais e de tantas outras formas. Consequentemente, o público tem um papel muito mais activo na carreira dos artistas, tendo efeito directo e imediato, através das suas escolhas, nos seus percursos.

Neste momento, sinto que é importante inovar nesta área, partilhando diferentes aspectos do meu processo criativo numa relação directa convosco através das redes e utilizando todos os meios que a internet e a tecnologia oferecem para nos aproximar, nomeadamente os NFT’s (Non-Fungible Token), um novo conceito de valorização do trabalho dos artistas através da tecnologia blockchain que me tem aberto inéditas oportunidades de expressão artística e de relacionamento com novos públicos.

Julgo ser uma das primeiras artistas musicais em todo o mundo a assumir que, em alguma medida, pretendo disponibilizar ao público, através das redes, todos os aspectos da minha carreira, criando uma relação direta que permita que todos partilhem do meu processo e sucesso, desde a concepção até aos possíveis resultados.  O mais perfeito exemplo disso será a emissão de um NFT que acontecerá antes do lançamento do meu novo single no fim de abril. Este NFT é uma criação minha, que parte da capa desse trabalho e no qual fiz uso de outros meios para exprimir, de forma mais completa, a minha visão que está completamente alinhada com o meu pensamento e que acredito que melhor representa a minha música.

Assim, também vão poder participar sobre os direitos de parte das minhas músicas que já são vossas quando se tornam a música do vosso casamento, a música de amor entre o neto e a avó, a música que vos reconfortou num momento mais triste ou que vos elevou dando esperança e força para seguirem os vossos sonhos.

Estaremos ainda mais juntos neste novo caminho.”

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