Cantor e compositor prolífico, ator e ativista de causas ecológicas ou políticas, Sting é, para muitos, a imagem ideal de uma estrela de rock, com 15 álbuns a solo e 17 Grammys, além ter fundado o lendário grupo The Police (em 1976), que vendeu milhões de álbuns.

"Sou um homem feliz. E agradecido", disse à AFP durante uma entrevista em outubro, quando passou por Paris para promover "The Bridge". "Neste momento, tenho uma canção a tocar na rádio que se chama 'If it's love' (Se é amor). E começa comigo a assobiar. Não é comum, faz as pessoas sorrirem", afirma.

"Mas há outras canções no álbum que são mais complexas, com mais camadas", explica.

Como "Loving You", em que ressoa a voz magoada do seu pai: "na igreja fizemos votos / para perdoar os pecados / mas ainda tenho que suportar certas coisas / como o cheiro da pele de outro homem".

Há quase duas décadas, Sting publicou uma autobiografia, "Broken Music", na qual relatou a sua infância difícil, com a mãe adúltera e o pai que sofreu em silêncio.

Sting precisou de décadas para fazer as pazes com os pais. Não compareceu nos seus funerais, mas isso é algo que não explica no livro.

"Não foi um livro particularmente fácil de escrever. Muita dor. Mas foi uma terapia", admite.

A dor do passado

"Escrevo canções de amor, mas tento evitar canções que falem 'amo-te e tu amas-me'. É um círculo fechado. Agora, 'amo-te, mas tu amas outra pessoa', isso é um roteiro interessante para um escritor", afirmou na entrevista.

"Como um homem da minha idade, experimentei todo espectro de emoções: da maior alegria à maior tristeza. Por isso, quando escrevo sobre o amor, sinto que posso ser autêntico", acrescentou.

Sting percorreu um caminho parecido com o dos seus pais. Casou-se em 1976 com a atriz Frances Tomelty, com quem teve dois filhos. Anos depois, iniciou uma relação secreta com Trudie Styler. Este relacionamento durou uma década, até ao divórcio, em 1992.

Sting e Trudie permanecem casados, e o cantor tem seis filhos no total. Dois são atores, dois são músicos e um é cineasta.

O mais novo, no entanto, quer ser polícia. "Diz que deseja ser útil, que deseja servir a sociedade", conta o artista com um sorriso.

"The Bridge" foi gravado durante o confinamento, com músicos espalhados por todo planeta e Sting no estúdio da sua mansão em Inglaterra.

"Não é uma novidade gravar assim, de maneira remota. O segredo é conseguir uma situação íntima. E acredito que conseguimos, porque experimentamos. E também porque são músicos com os quais trabalho há décadas", afirma.

O álbum será lançado a 19 de novembro, mas Sting não esperou para regressar aos concertos. Em outubro, tocou seis canções de "The Bridge" durante a festa de 50 anos da rádio francesa Fip.

"Todo o meu ano está planeado, porque tenho que recuperar as datas que perdemos no ano passado. Tenho que cumprir todos os meus compromissos. E isso talvez leve 18 meses", disse. "Mas esta é minha vida. Estou na estrada desde 1976", lembrou

O mundo da música recupera com dificuldade do furacão provocado pela pandemia da COVID-19. E com direito a polémicas, o cantor irlandês Van Morrisson criticou o confinamento, e Eric Clapton negou-se a exigir certificado de vacinação nos concertos.

"Gostaria que as pessoas nos meus concertos estivessem vacinadas. Não vou exigir, mas é meu desejo", afirma Sting.

"Todos estamos a procurar o a ponte para algo diferente, mais feliz. Como podemos chegar ao outro lado? Não sei. Acho que ninguém sabe, mas estamos a procurar", completa.

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