25 anos depois da sua estreia no grande ecrã, as tartarugas mais famosas do mundo estão de volta às telas de cinema. O reboot realizado por Jonathan Liebesman e produzido por Michael Bay, conta com Megan Fox, Will Arnett e William Fichtner nos principais papéis e não é, de certeza, a pior coisa que vai ver no cinema, este ano.

Crítica: «Tartarugas Ninja» está carregado de ação e diversão

Até porque, a longa metragem que expõe a origem das tartarugas, tem os ingredientes necessários para agradar à grande maioria do público: ação desmesurada, animais falantes em 3D e… Megan Fox (talvez demais).
O enredo segue uma fórmula bastante básica - a que tantos outros filmes/livros de heróis já nos habituaram – envolvendo um cientista nefasto e um familiar falecido.
A protagonista, April O’Neil (Megan Fox), acabou o curso de jornalismo e deseja ser levada a sério na sua profissão. Decide então investigar uma vaga de delitos do grupo de criminosos “Foot Clan”. Num ataque do clã ao metro nova-iorquino, as tartarugas fazem uma das suas raras incursões à superfície, e são mesmo os quatro anfíbios que salvam os civis em perigo, entre eles, April. É perseguindo as criaturas que O’Neil tem, aquele que julga ser, o primeiro contacto com as quatro tartarugas: o metódico Leonardo; o génio Donatello; o impetuoso Rafael e o relaxado e divertido Miguel Ângelo.

Inicialmente, a aparência tri-dimensional e pouco realista das tartarugas pode revelar-se um pouco impressionante mas a fidedignidade com que são retratadas e a sua relação muito especial é uma das coisas que torna o filme agradável e traz à memória dos mais velhos livros de quadradinhos e desenhos animados.
Carregado de ação, conta com muitos efeitos especiais e uma cena de intensa perseguição, que termina numa ribanceira – envolve avalanches, tiros, etc - e foi considerada, por muitos críticos, melhor que a famosa cena de Lucy e que qualquer um dos trechos de ação d’Os Guardiões da Galáxia (que, sendo para mim o melhor filme deste verão, viu as cenas de ação serem mencionadas como o seu ponto fraco).

Quando O'Neil tenta apresentar as criaturas ao mundo, ninguém acredita nela. É aí que a mesma recorre a Eric Sachs - antigo empregador do seu pai e empresário de sucesso. Claro que o interesse de Sachs, brilhantemente interpretado por Fichtner, tem segundas intenções. A história revela-se bastante previsível e correria o risco de se tornar entediante não fosse o ritmo acelerado que nem nos deixa tempo para olhar para o relógio. No entanto, saberá bem melhor se levar o seu filho/a, afilhado/a ou sobrinho/a e os vir descobrir ou redescobrir as quatro tartarugas adolescentes e uma ratazana sensei que, nos esgotos de Nova Iorque, devoram pizza e vão combatendo o mal.

Uma curiosidade interessante é a presença da marca Pizza Hut, no filme. Um product placement que é impossível contornar e é de destacar pois a ação é passada em Manhattan…Onde não existe nenhuma loja do mundialmente conhecido franchise de pizzas.

E, apesar de parecer mais um filme apenas para fazer dinheiro, a verdade é que o regresso das tartarugas não se deve tanto às receitas quanto deve ao sucesso que a série de desenhos animados está a ter, de novo, na televisão – norte americana e mundial. Trata-se então da introdução das famosas tartarugas a um público que começa, apenas agora, a conhecê-las.

Uma longa metragem repleta de ação e dirigida aos mais pequenos – que vão adorar vê-la – mas que consegue não desiludir os adultos – mesmo que não sejam fãs de Michael Bay, poderá revelar-se bem melhor do que estariam à espera.
E como, aparentemente, um filme de ação para massas nunca vem sozinho a primeira das sequelas, já vem a caminho.