"A ideia é simples, mas as pessoas ainda não estão alertadas para ela. Já vendemos cerca de cem bilhetes suspensos, mas, até ao final da temporada, ficaria contente se chegássemos aos 500 bilhetes", disse a diretora do TMSL, Aida Tavares, à agência Lusa.

Qualquer cidadão pode comprar um bilhete no São Luiz, por sete euros (o teatro suporta o restante valor, outros sete euros), que fica suspenso na bilheteira para usufruto de pessoas que são apoiadas por entidades associadas ao teatro municipal.

Aida Tavares contou que teve conhecimento de uma iniciativa semelhante na Turquia, no Festival de Teatro de Istambul, e quis adaptá-la para a realidade portuguesa.

"Fiquei bastante comovida com a ideia e queria muito pô-la em prática no São Luiz. No fundo é um ato isolado de alguém que pratica solidariedade e ninguém fica a saber quem deu o bilhete a quem", contou.

Os beneficiários destes bilhetes suspensos são pessoas apoiadas ou ligadas a associações com atividade em Lisboa, como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a Associação Coração Amarelo, cuja intervenção se centra no combate à solidão dos mais idosos, ou a Albergues Nocturnos de Lisboa, de apoio a pessoas sem abrigo.

Aida Tavares referiu que no período experimental do bilhete suspenso percebeu que havia procura por parte das associações para diferentes espectáculos da programação do São Luiz.

"É uma parceria de solidariedade entre o público e o teatro, a pensar em pessoas que são apoiadas por associações em quem confiamos", disse.