A peça é uma criação conjunta do diretor artístico do teatromosca, Pedro Alves, que também assina a encenação, do ator da companhia Paulo Castro, e tem música original de Paulo Furtado (The Legendary Tigerman).

“Ned Kelly”, que se estreia no espaço cultural gerido por aquela companhia de Sintra, o Auditório Municipal António Silva (AMAS), é uma produção conjunta com o Teatro Municipal S. Luiz (Lisboa), onde será representada em abril de 2021, e com a companhia australiana Stone/Castro.

O Teatromosca contava apresentar a peça num festival de teatro na cidade australiana de Adelaide, no início de 2021, o que não é possível devido à COVID-19, embora conte vir a poder fazê-lo caso a pandemia o permita, disse à agência Lusa a responsável pela produção.

O espetáculo “vai muito além de recuperar um testemunho autobiográfico de Edward “Ned” Kelly, nascido na Austrália em 1857 e que se tornaria um famoso “fora-da-lei”, já que se baseia também nas “histórias produzidas a partir da lenda que rodeia a sua vida”, explicou o encenador.

“A revolução adiada chega aos palcos nacionais", é o subtítulo que o teatromosca dá ao espetáculo, numa alusão à independência do país que, durante anos, foi uma colónia penal britânica e cuja luta pela independência é contemporânea à vida de Edward Kelly.

A peça em torno do australiano (1857-1880) que ficou conhecido por um tiroteio contra a polícia no qual enfrentou sozinho mais de cinquenta agentes britânicos parte, assim, segundo Pedro Alves, de documentos literários e cinematográficos.

Depois de uma primeira longa-metragem em 1906, a história de Ned Kelly voltou a ser transposta para o cinema pelo realizador australiano Gregor Jordan em 2003, a partir do romance biográfico “Our Sushine” do jornalista e escritor seu conterrâneo Robert Drewe.

Sustentado num dispositivo “vídeo-cenográfico”, que dá primazia à captação e transmissão de imagens em cena, realizadas e editadas em direto, “Ned Kelly” é um espetáculo que enreda o “espaço-tempo” do evento teatral, observou Pedro Alves.

Através da multiplicação dos "níveis de presença dos atores”, o espetáculo cria também subnarrativas dentro da narrativa principal em que "se espelham os processos de construção da ação cénica e dos seus resultados em vídeo”, indicou.

A interpretar “Ned Kelly” no palco do AMAS, às 20h00, estão Mariana Fonseca, Nádia Yracema, Pedro Alves e Paulo Castro. A cenografia é de Pedro Silva, a conceção de vídeo de Ricardo Reis e Tim Carlier, e os figurinos de Helena Guerreiro.

O espetáculo estará em digressão este mês, com apresentações no Cineteatro Municipal de Serpa (dia 19), no CAPA – Centro de Artes Performativas do Algarve, em Faro (dia 21), e no Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima (dia 27).

A apresentação de "Ned Kelly" noutras localidades portuguesas, no início de 2021, está também prevista, disse a produtora à Lusa sem precisar datas ou locais.

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