O concerto teve como cenário os túmulos nabateus esculpidos na rocha cor caramelo e nas famosas ruínas da cidade, um impressionante conjunto histórico descoberto no século XIX e frequentemente comparado a Petra, na Jordânia.

O cantor, que já se apresentou pelo menos duas vezes na Arábia Saudita, tornou-se "o primeiro artista da história a dar um concerto na cidade de Hegra", frisaram os organizadores do evento, transmitido pela televisão.

Hegra faz parte do património mundial da Unesco e está localizada na região de Al Ula, que é considerada, praticamente, como um museu a céu aberto.

Entre outras canções, Bocelli cantou "Hallelujah", de Leonard Cohen, em dueto com sua filha Virginia, diante de um público limitado a menos de 300 pessoas, devido à pandemia da COVID-19.

Veja um excerto da atuação:

Este imenso tesouro histórico é uma das atrações turísticas sauditas. O reino flexibilizou as restrições em vigor há décadas em matéria de lazer para oferecer a imagem de um país mais aberto e atrair turistas.

A Arábia Saudita começou a conceder vistos de turista pela primeira vez em 2019, no âmbito das reformas para diversificar a sua economia, muito dependente do petróleo.

Com esse intuito, o país dedicou milhões e milhões ao desenvolvimento de lugares icónicos como Al Ula. Também convidou músicos internacionais, como Janet Jackson, o grupo pop sul-coreano BTS, ou o rapper 50 Cent, para fazerem espetáculos que eram considerados inimagináveis neste país conservador.

A pandemia conteve, porém, as ambições de Riade. Até agora, a Arábia Saudita registrou mais de 395.000 infecções por COVID-19 e 6.700 mortes.

O país também é, com frequência, criticado pela sua política de direitos humanos, sobretudo, após o assassinato em 2018 do jornalista Jamal Khashoggi, um grande crítico do governo.