Depois de uma interrupção de dois anos, devido à pandemia de COVID-19, a sala de Braga organiza um Respira! com o cartaz “mais ambicioso de sempre”, segundo comunicado hoje divulgado.

No dia 5 de maio, o Theatro Circo recebe a estreia nacional “da mais recente estrela do mundo clássico/rap francês”, Sofiane Pamart, descrito pela imprensa francesa como um “jovem prodígio de um universo eclético”, que junta os mundos do rap e da música clássica, tendo colaborado com Kerry James e Scylla, mas também com o grupo Kimberose e o cantor Arno.

Formado com medalha de ouro do Conservatório de Lille, interpretando Ravel e Chopin, Pamart apresenta em Braga o álbum mais recente, intitulado “Letters”, com a conterrânea Christine Ott a abrir o serão.

No dia seguinte, o ciclo de piano do Theatro Circo recebe Macha Gharibian, também em estreia nacional, descrita, no seu site como tendo “origem arménia, coração parisiense e adoção nova-iorquina”.

Multipremiada e com atuações pelo mundo, Macha Gharibian vai ter a franco-venezuelana La Chica a abrir.

No dia 7 de maio, vai atuar o sul-africano Abdullah Ibrahim, de 87 anos, que tocou com Duke Ellington, Max Roach, Don Cherry e Archie Shepp, entre outros.

Conhecido em tempos por Dollar Brand, nome do trio que formou em 1958, esteve na gravação do primeiro disco de jazz de músicos sul-africanos e registou também o tema “Mannenberg – ‘Is where it’s happening’”, “que rapidamente se tornou o hino não oficial para os sul-africanos negros”, na era do ‘apartheid’, de acordo com o seu 'site'.

No âmbito do Respira!, o Theatro Circo vai ainda receber a instalação “Broken Gargoyles”, da norte-americana de origem grega Diamanda Galás, no Mosteiro de Tibães, entre 5 e 14 de maio.

Criada com o artista Daniel Neumann e “baseada em dois poemas de 1911 do poeta alemão Georg Heym, ‘Das Fieberspital’ e ‘Die Dämonen der Stadt’, a obra consiste em vozes naturais e fortemente processadas, manipuladas, piano e várias outras fontes de som”.

“’Broken Gargoyles’ refere-se à denominação cínica dos soldados e dos seus rostos desfigurados pela guerra, os quais foram escondidos do público para que o povo alemão não percebesse essas vítimas horríveis. Os soldados desfigurados também tiveram de usar máscaras de metal, o que levou muitos a contraírem infeções graves, às vezes fatais”, acrescenta a descrição da obra, citada no comunicado do Theatro Circo.