O alinhamento deste novo trabalho discográfico, explicou Bruno Monteiro à Lusa, baseou-se no que o compositor e pianista russo apresentava nas suas digressões europeias com o violinista Samuel Dushkin, e inclui a "Suite Italiana", a partir de um tema de Giovanni Battista Pergolesi, compositor do barroco italiano, e transcrições para violino e piano de música de bailados como "Beijo de Fada", três peças de "Pássaro de Fogo" e a "Dança Russa" de "Petrushka”.
Publicado com apoio da Direção-Geral das Artes, o álbum reúne "as principais obras para esta formação [piano/violino] do compositor russo" que viveu entre 1882 e 1971, afirmou Bruno Monteiro
Este é o 12.º álbum dos dois músicos, que tocam juntos há 18 anos, e sucede a "Lekeu" (2019), dedicado ao compositor belga Guillaume Lekeu (1870-1894), que contou ainda com o violoncelista Miguel Rocha.
Bruno Monteiro tem gravado com grande regularidade. Desde 2008 até à atualidade conta com 13 discos publicados.
À Lusa o músico justificou esta regularidade com a vontade de "deixar legado", escolhendo "obras ou compositores menos conhecidos", no desejo da sua divulgação. "Quem não grava, não existe", desabafou.
Referindo-se ao novo trabalho, reconheceu ter sido "um desafio, por serem obras difíceis e muito contrastantes", indo desde a escola barroca à romântica.
Uma característica que mantem desde o início, com "Debut" (2008), que reuniu a Sonata para Violino e Piano de Cesar Frank e a última Sonata de Edvard Grieg.
Paralelamente, Bruno Monteiro mantém uma atividade concertística, apresentando-se em recital, como solista com orquestra e em música de câmara.
À Lusa disse que a atual pandemia "adiou várias apresentações em palcos europeus" e uma gravação, em maio próximo, em Praga.
O violinista português já tocou, entre outras salas, na Musikverein, em Viena, no Kennedy Center, em Washington, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, e no Felicja Blumental International Music Festival, em Telavive.
O pianista João Paulo Santos entrelaça os últimos 43 anos da sua carreira com a atividade do Teatro Nacional de São Carlos, onde principiou como ‘correpetidor’ (1976), tendo sido maestro titular do Coro (1990-2004), desempenhando, atualmente, as funções de diretor de Estudos Musicais e de diretor Musical de Cena.
Na direção musical estreou-se em 1990, com a ópera "The Bear", de William Walton, encenada por Luís Miguel Cintra, para a RTP.
Em 2000 foi distinguido com o Prémio Acarte, do antigo Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
Como pianista apresenta-se a solo, em grupos de câmara ou em duo, nomeadamente, com a violoncelista Irene Lima e o violinista Bruno Monteiro, e tem acompanhado quase todos os cantores líricos portugueses.
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