Na 30ª edição do Tom de Festa – Festival de Músicas do Mundo, que foi hoje apresentada, a Associação Cultural e Recreativa de Tondela (ACERT) decidiu levar os artistas para fora dos jardins da sua sede, com o objetivo de estimular a retoma da atividade do movimento associativo das freguesias.

José Rui Martins, dirigente da ACERT, lembrou que as medidas de confinamento impostas devido à COVID-19 levaram a que “o movimento associativo se visse privado dos seus locais de encontro, onde podem promover as suas atividades”, e, por isso, foi pensada uma edição descentralizada do festival.

“Lançámos o desafio ao município, que teve imediatamente um forte acolhimento, tendo em conta que tem idênticas preocupações”, contou José Rui Martins, frisando que o objetivo é “a distribuição de afetos por uma geografia mais alargada”.

No total, o festival contará com concertos de músicos que representam Portugal, Espanha, Cuba, Colômbia, Moçambique, Burkina Faso, Brasil, Angola, Argentina e País Basco.

Só três dos concertos - os do terceiro fim de semana (16 e 17 de julho) - é que decorrem no espaço do Novo Ciclo, na cidade de Tondela, sendo os restantes nas zonas de lazer junto a rios.

José Rui Martins frisou que a ligação às freguesias sempre foi uma preocupação da ACERT, que está a celebrar 45 anos.

Segundo o dirigente, o objetivo não é “reproduzir o Tom de Festa como era habitual”, mas envolver as associações de cada freguesia e dar visibilidade pública a cada um dos locais escolhidos, através de atividades como visitas guiadas (que futuramente serão divulgadas).

“Um grande bocado do mundo cabe no concelho de Tondela”, disse Ilda Teixeira, salientando a “aposta na diversificação musical e cultural” dos quatro fins de semana.

No primeiro fim de semana, Sangemil (Lajeosa do Dão) acolherá Ana Alcaide (Espanha), “que trabalha muito sobre as raízes culturais de Toledo”, os Gooze (Portugal), que se inspiram na ‘house music’, e os ritmos caribenhos dos Havana 537 (Cuba), exemplificou.

No fim de semana seguinte, em Mosteiro de Fráguas, realizam-se concertos que vão “desde a música de inspiração tradicional, até à música mais contemporânea e até mais alternativa”, com Pao Barreto (Colômbia), João Pais Filipe (Portugal) e Milton Gulli (Moçambique/Portugal), acrescentou.

No único fim de semana citadino, o Novo Ciclo ACERT recebe Kanazoé Orquestra (Burkina Fasso), Aníbal Zola (Portugal) e Bruno Pernadas (Portugal).

A encerrar o festival, no cenário de Ferreirós do Dão, poderão ouvir-se as sonoridades de Os Camelos (Brasil) e Rosa Mimosa Y Sus Mariposas (Portugal, Angola, Argentina e País Basco).

“Cada grupo marca pela sua diversidade, pela música que faz e pelo sítio de onde vem”, frisou Ilda Teixeira.

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, justificou que, à exceção do espaço do Novo Ciclo, os concertos se realizam em zonas de praias fluviais para, independentemente das normas que a Direção-Geral da Saúde vier a definir, estes possam acontecer em segurança.