Tarcísio Meira morreu esta quinta-feira, dia 12 de agosto, aos 85 anos, confirmou Tadeu Lima, assistente pessoal do casal, à revista Quem.

O ator brasileiro estava internado há uma semana no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, depois de ter testado positivo à COVID-19.

A sua esposa, a atriz Glória Menezes, de 86 anos, também se encontra hospitalizada. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital e citado pelo site G1, a atriz está a "recuperar bem" e a a receber auxílio de oxigénio.

Ambos foram vacinados contra a COVID-19 em março deste ano, no interior de São Paulo, mas acabaram por ficar infetados meses mais tarde.

Nome maior da representação, Tarcísio Meira nasceu em outubro de 1935, em São Paulo. O ator começou a carreira no final dos anos 1950 no teatro, com as peças "Chá e Simpatia" e "Quando As Paredes Falam", ambas em 1957.

O salto para a televisão aconteceu em 1959, com  "Noites Brancas", da TV Tupi. Dois anos depois, contracenou primeira vez com Glória Menezes em "Uma Pires Camargo", em 1961, de Geraldo Vietri.

Considerado um dos grandes galãs da televisão brasileira, Tarcísio Meira protagonizou, ao lado da sua mulher, a primeira telenovela diária do Brasil, "2-5499 — Ocupado", na Excelsior, em 1963. Em 1968, o casal inaugurou a faixa das oito da noite da Globo com “Sangue e Areia”.

Ao longo da carreira, o ator participou em mais de de 60 produções, entre novelas, minisséries e especiais. O último trabalho do brasileiro na Globo foi a novela "Orgulho e paixão".

Entre seus principais trabalhos estão "Irmãos Coragem" (1970), "Cavalo de Aço "(1973), "O Semideus2"(1973), "Guerra dos Sexos" (1983), "O Tempo e o Vento" (1985), "Desejo" (1990), "Rei do Gado" (1996), "Torre de Babel" (1998), "Hilda Furacão" (1998), "A Muralha" (2000), "O Beijo do Vampiro "(2002), "Senhora do Destino" (2004), "Páginas da Vida" (2006), "A Favorita" (2008) ou "A Lei do Amor (2016)".

Tarcísio Meira e Glória Menezes casaram há quase 60 anos e são pais do ator Tarcísio Filho.

Recentemente, em entrevista à revista Quem, o ator falou sobre envelhecer. "Não há nada melhor na velhice, tudo é pior. Envelhecer é uma coisa muito chata. Tem limitações física e intelectuais cada vez maiores. A memória não é a mesma. A morte está aí. A qualquer hora ela chega. Que chegue bem. Não penso muito nisso. Preocupo-me em ficar bem, cuidar da minha saúde, não saio por aí para fazer loucuras. Faço as minhas consultas, vejo as coisas que estão erradas comigo e procuro corrigi-las", sublinhou.

A informação sobre a morte do ator foi também avançada no Senado brasileiro, durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga falhas do Governo na gestão da pandemia, com os senadores a fazerem um minuto de silêncio em memória do intérprete.

“Tarcísio é mais um dos quase 600 mil brasileiros que perderam as suas vidas, dentre outras coisas, porque o Governo não soube fazer o seu trabalho na hora certa", afirmou o senador Alessandro Vieira, ao falar sobre a morte do ator.

Vários políticos, admiradores e colegas de profissão usaram as redes sociais para lamentar a morte do artista.

"Não há palavras para expressar a tristeza que estamos sentindo pela partida do querido Tarcísio Meira. Mais uma pessoa incrível, gigante, cheia de talento e filho do nosso Brasil que perdemos para a covid-19. Meus sentimentos à família, amigos e a nós, fãs inconsoláveis de Tarcísio", escreveu o vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues.

"Hoje, o Brasil perde mais uma pessoa incrível para a covid-19. Tarcísio Meira foi um artista brilhante que levou alegria para a casa de todos nós. Que sua família e amigos encontrem conforto neste momento tão difícil. Vá em paz Tarcísio!", publicou a escritora e ex-deputada Manuela D'Avila.

Já o ator José de Abreu escreveu: "Descanse em paz, Tarcísio Meira. Meu querido Capitão Rodrigo!", referindo-se à personagem Rodrigo Cambará, interpretada por Tarcísio Meira na série "O Tempo e o Vento", baseada na obra de Érico Verissimo.

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*Notícia atualizada às 16h53